Você
 já passou por uma profunda angústia? Já teve um filho revoltado contra a
 sua autoridade? Já teve inimigos fortes contra si mesmo, e não sabia o 
que fazer?
O salmista Davi ao escrever o Salmo 4,
 tinha como fundo sua fuga do palácio, estava sendo perseguido pelo seu 
filho Absalão que liderava uma multidão que conspirava contra ele para 
destroná-lo, levando-o à morte.
 Mas Davi tem 7 Conselhos, 7 Imperativos 
para dar a seus inimigos. Neste salmo, ele está (1) Falando para Deus; 
(2) Falando para homens; (3) Falando dos homens e (4) Falando de si 
mesmo.
Mas Davi tem 7 Conselhos, 7 Imperativos 
para dar a seus inimigos. Neste salmo, ele está (1) Falando para Deus; 
(2) Falando para homens; (3) Falando dos homens e (4) Falando de si 
mesmo.
I – FALANDO PARA DEUS (v. 1)
Davi fala para Deus e suplica: “Responde-me quando clamo, ó Deus da minha justiça” (v. 1).
1 – Davi se encontrava em angústia.
 Ele tem um histórico contínuo em que Deus o aliviou de suas angústias 
passadas. Isso indica duas coisas: (1) Davi era um homem muito 
atribulado e (2) Deus sempre o livrava das suas tribulações. Baseado 
nisso, ele pede a Deus que o livre novamente da angústia pela qual 
passava no momento em que escrevia este salmo.
Sabemos que muitas vezes somos 
atribulados, com privações, e sofrimentos, e com muitas angústias que 
são partes de nossa vida. Mas muitas vezes não nos lembramos de ler a 
Bíblia e rever como Deus livrava aos homens do passado, com a mesma 
prontidão com que há de nos atender a nós também. Disse o Senhor Jesus 
Cristo que não vivemos em um mar de rosas ao se expressar desse modo: 
“No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo.”
 (Jo 16:33). Ele nos advertiu que haveremos de passar por situações 
aflitivas, para que não desanimássemos quando elas chegassem. Assim como
 Ele socorreu a Davi, no passado, hoje Ele também pode nos ajudar a 
sairmos aliviados de nossas angústias, porque Ele já passou por isso 
pessoalmente.
2 – Davi se dirige ao Senhor como “Deus da minha justiça”.
 Esta é uma expressão singular, e é a única vez que aparece em toda a 
Bíblia. Os cristãos tem se dirigido a Deus como “Deus Salvador”, “Deus 
de amor”, “Deus do Céu”, “Deus excelso”; mas é admirável Davi se dirigir
 a Deus como “Deus da minha justiça”.
Lutero ansiava muito compreender a 
mensagem de Paulo aos Romanos, mas havia um problema. Ele o descreve 
assim: “Nada me impedia o caminho, senão a expressão: ‘justiça de Deus’,
 porque a entendia como se referindo àquela justiça pela qual Deus é 
justo e age com justiça quando pune os injustos … Noite e dia eu 
refletia até que … captei a verdade de que a justiça de Deus é aquela 
justiça pela qual, mediante a graça e a pura misericórdia, Ele nos 
justifica pela fé. Daí por diante, senti-me renascer e atravessar os 
portais abertos do Paraíso. Toda a Escritura ganhou novo significado e, 
ao passo que antes ‘a justiça de Deus’ me enchia de ódio, agora se me 
tornava indizivelmente bela e me enchia de maior amor. Esta passagem [Rm
 1:17] veio a ser para mim uma porta para o Céu.” (Obras de Lutero, vol.
 54, p. 179ss.).
Deus é um Deus de justiça, mas precisamos
 entender que a justiça punitiva já se manifestou na cruz do Calvário, 
onde Jesus Cristo pagou pelos nossos pecados; agora, precisamos nos 
apegar às virtudes de Cristo, pelas quais podemos ter a justiça 
salvadora de Deus. Pela fé nos apropriamos da justiça de Cristo, que é a
 justiça que passa a ser nossa por imputação, pela qual podemos orar ao 
Senhor como o “Deus de minha justiça”. Jesus Cristo é chamado como “o 
Senhor, Justiça Nossa” (Jr 23:8). Ele é o nosso Advogado que nos defende
 e nos restitui a justiça, e faz justiça aos Seus santos que tem sido 
oprimidos e injustiçados.
3 – Davi pede misericórdia:
 “tem misericórdia de mim!” é a sua oração que ele deseja ver ouvida. 
Davi pede misericórdia ao Deus da justiça. Não parece contraditório? Mas
 é porque ele confia na justiça de Deus que ele pede a misericórdia. Se 
queremos salvação, pedimos primeiro a misericórdia, porque tememos a 
justiça. Mas se já fomos salvos, confiamos na justiça, para que se 
manifeste a misericórdia para conosco na aplicação da justiça sobre os 
que estão nos acusando injustamente. Este era o problema do salmista.
4 – Por que Davi pedia misericórdia?
 Porque necessitava de justiça. Ele havia sido julgado temerária e 
implacavelmente por falsos amigos, que falavam mal dele, expondo a sua 
reputação ao ridículo. De acordo com o salmo 2, os seus patrícios 
traidores zombavam dele, dizendo que ele não tinha mais salvação, que 
ele estava completamente perdido (Sl 2:2). Portanto, nada melhor do que 
clamar por misericórdia ao Deus da justiça.
II – FALANDO PARA HOMENS (v. 2-5)
1 – Davi faz uma pergunta retórica aos homens, como se estivessem diante dele:
 “Ó homens, até quando tornareis a minha glória em vexame, e amareis a 
vaidade, e buscareis a mentira?” Aqui ele apresenta o seu problema real,
 aqui está o conteúdo de sua angústia. Ele estava sendo humilhado, 
afrontado, afligido por muitos que zombavam de sua primitiva glória. 
Eram os seus inimigos que se baseavam na vaidade e na mentira.
Muitos há que não se importam com a 
reputação dos outros e falam mal deles, sem conhecer os fatos, 
propalando mentiras. A mentira sobre o caráter e procedimento dos outros
 é um veneno cruel que só pode produzir mais angústia sobre as suas 
pobres vítimas, muitas vezes indefesas. Mas é um veneno danoso também 
para os próprios autores da acusação.
O filósofo francês Rousseau (1712-1778), é
 um vívido exemplo disto. Quando jovem ele viveu na cidade de Turim, na 
casa de uma mulher de Verecelli. Em suas confissões ele escreveu: “Desta
 casa levo comigo um terrível fardo de culpa que, depois de quarenta 
anos, ainda está indelével em minha consciência e, quanto mais velho 
fico, mais pesado é o fardo de minha alma”.
Ele havia roubado um objeto de valor da 
dona da casa. Posteriormente, quando a perda foi descoberta, lançou a 
culpa sobre a servente da casa, que, como resultado, perdeu o emprego e a
 dignidade. Ele continua: “Acusei-a como ladra, lançando assim uma jovem
 honesta e nobre na vergonha e na miséria. Ela me disse então: ‘O senhor
 lançou a desgraça sobre mim, mas eu não desejo estar no seu lugar.’
A lembrança freqüente disto dá-me noites 
de insônia, como se fosse ontem que tal fato aconteceu. É certo que 
algumas vezes minha consciência esteve adormecida, mas agora ela me 
atormenta como nunca dantes. Este fardo está mais pesado agora sobre o 
meu coração; sua lembrança não morre. Tenho que fazer uma confissão.”
2 – Davi sugere 7 imperativos que os seus inimigos deviam praticar (V. 3-5).
 Esses homens difamaram a reputação do salmista; apegaram-se a vãs 
maquinações e prosperaram à custa de falsidades. Agora, são aconselhados
 pelo salmista, a fim de que possam ter mais êxito, sem prejudicar os 
outros. Ainda podiam repensar e se arrepender, deixando a revolta de 
Absalão. Mas também há lições para nós. Assim devemos agir, quando somos
 tentados a nos rebelar contra um servo de Deus:
(1) Sabei. A sabedoria é
 uma jóia, o conhecimento é necessário, a inteligência é indispensável. O
 que eles deviam saber? Que Deus é justo e faz distinção entre aquele 
que o serve e aquele que não o serve. Ele distingue para Si o “piedoso”.
 Piedoso é aquele que tem piedade, respeito pelas coisas religiosas, 
temor e respeito para com Deus.
Assim era o salmista, e por isso ele 
podia dizer que Deus o ouvia quando clamava por Ele. Que eles considerem
 de novo que aquele que ama a Deus e a quem o Senhor escolhe é guardado 
por Ele (v. 3a) e será ouvido por Ele em qualquer emergência (v. 3b). 
Pode ser que aquele a quem estamos perseguindo seja mui amado de Deus e,
 portanto, protegido. O que diríamos nós diante do Soberano de toda a 
Terra, ao nos achar perseguindo um de Seus servos? Como ficaria uma ursa
 roubada de seus filhos?
(2) Irai-vos. A versão 
antiga diz: “Perturbai-vos”. Entretanto, a palavra hebraica original 
(râgaz) se traduz melhor, como dizem as versões estrangeiras, como 
“Tremei”. Davi não estava aconselhando que os seus inimigos ficassem 
irados, porque isso seria um absurdo, mas que tremessem diante da ideia 
de perseguir o ungido de Deus! Eles deveriam temer o curso que estavam 
seguindo, considerar as consequências, a fim de voltar de suas ideias 
homicidas, e tornar à razão.
De fato, perseguir ou causar dano a um 
ungido de Deus era algo a se temer. Isso aconteceu com o próprio Davi. 
Ele estava escondido numa caverna com os seus homens, e se achegou ao 
rei Saul, e Davi furtivamente, lhe cortou a orla do manto, mas logo 
sentiu o seu coração bater descompassado. E disse: “O Senhor me guarde 
de que… eu estenda a mão contra ele, pois é o ungido do Senhor” “… pois 
quem haverá que estenda a mão contra o ungido do Senhor e fique 
inocente?” (1Sm 24:5-6; 26:9). Mas o que diríamos de pessoas em nosso 
tempo que estão difamando e perseguindo pastores? Não seria de se temer e
 tremer?
(3) Não pequeis. Salomão
 disse que “não há homem que não peque” (2Cr 6:36), mas Davi relaciona 
isso ao temor, como um antídoto para não pecar. Quando o povo de Israel 
presenciou aos trovões e relâmpagos do Sinai, quando a Lei dos Dez 
Mandamentos foi dada, disseram atemorizados a Moisés que ele lhes 
falasse, e não Deus, porque estavam tremendo diante do Seu poder e 
majestade, com medo da morte. Foi aí que Moisés replicou, dizendo: “Deus
 veio para vos provar e para que o Seu temor esteja diante de vós, a fim
 de que não pequeis.” (Êx 20:20). “Filhinhos meus”, disse o apóstolo 
João “estas coisas vos escrevo para que não pequeis!” (1Jo 2:1). Se 
alguém quer saber o que fazer para não pecar, aqui está o antídoto para o
 pecado: o temor de Deus vai nos livrar de pecar.
(4) Consultai. Consultar
 o coração no travesseiro indica a meditação que temos de fazer, já na 
cama, antes de pegar no sono, examinando a nossa consciência, 
perscrutando os nossos caminhos, a ver se andamos retamente, ou se há 
algum caminho mau que devemos abandonar. Temos que fazer um exame de 
consciência; temos que consultar o nosso coração em sinceridade. Quais 
são os nossos planos? Temos ajudado o próximo? Temos iluminado aos que 
jazem nas trevas do pecado? Ou temos prejudicado a alguém com nossas 
palavras? Temos falado bem dos outros? Qual é a nossa influência sobre 
as pessoas, boa ou danosa? O que fazemos para enaltecer a reputação dos 
semelhantes?
(5) Sossegai. Quando 
perguntarmos algo à nossa consciência, estejamos sérios, calados e 
esperemos uma resposta. Não abramos a nossa boca para escusar o pecado; 
não é hora de falar, é hora de calar e sossegar. Não devemos 
racionalizar, mas deixemos a razão prevalecer, a fim de chegarmos à 
verdade sobre a nossa vida e o nosso procedimento. Nossa consciência, 
quando está afinada pela Palavra de Deus, será segura para nos dar uma 
orientação correta de nossos atos e teremos a oportunidade de nos 
arrepender de nossas faltas e corrigi-las. Temos que aprender a sossegar
 e aquietar-nos diante da imposição da consciência orientada pela 
soberania do Espírito Santo.
(6) Oferecei. O 6º 
imperativo é uma ordem para oferecer “sacrifícios de justiça”. O que 
significa isso? Aqueles homens estavam sendo injustos para com Davi, e 
ele os leva a se apresentar diante de um Deus justo com sacrifícios de 
justiça em suas mãos. A linguagem lembra o santuário e seus sacrifícios;
 os seus inimigos deviam apresentar sacrifícios adequados e saber que a 
sua causa era injusta, na revolta de Absalão, e ainda tinham tempo para 
se arrepender. Os seus atos deviam ser atos de justiça, seguindo os seus
 sacrifícios, para que fossem aceitos. Portanto, nosso culto a Deus deve
 ser coerente com a reta justiça, ou não será aceito (Mt 5:23-24).
(7) Confiai. Davi tinha 
muita esperança de que aqueles homens que estavam seguindo a rebelião 
haveriam de se arrepender, abandonar os seus maus caminhos e voltar-se 
para Deus. Ele ainda lhes dá a maior chance, a sua maior oportunidade: 
“Confiai no Senhor”. A confiança em Deus traz a maior vitória. Norteia a
 nossa vida. Desfaz todos os enganos e traições. Mostra o caminho da 
sabedoria que temos a palmilhar. A confiança em Deus nos traz a salvação
 por toda a eternidade. Ele nunca nos decepciona.
III – FALANDO DOS HOMENS (v. 6)
Agora, Davi deixa de falar aos homens 
para falar dos homens. Ele diz: “Há muitos que dizem: Quem nos dará a 
conhecer o bem? Senhor, levanta sobre nós a luz do teu rosto.” 
Observando a condição dos súditos do rei, que estavam sendo enganados 
pelo seu próprio filho, ele retrata as dúvidas do povo nas palavras: 
“Quem nos dará a conhecer o bem?”
A família real estava em crise. Davi 
cometera um pecado de adultério e homicídio. Logo a seguir, Amnom comete
 um incesto, forçando a sua irmã Tamar. Como um resultado, Absalão matou
 a Amnom, seu irmão, por causa de Tamar, sua irmã, e fugiu por 3 anos, 
voltando logo depois para Jerusalém. Então, começou uma conspiração 
contra o rei Davi, seu pai. Absalão ganhava o coração do povo, dizendo 
aos que vinham a Jerusalém para resolver os seus problemas: “Olha, a tua
 causa é boa e reta; porém, não tens quem te ouça da parte do rei… Ah, 
quem me dera ser juiz na terra!” (2sm 15:3,4).
As pessoas estavam confusas. O rei estava
 muito ocupado com os seus negócios e suas guerras, e o filho se 
aproveitava da situação fazendo promessas alvissareiras de reinar com 
justiça. E agora, uma revolta se insurgiu contra Davi da parte do povo 
de Israel, liderados por Absalão, que estava à caça do rei, para lhe 
usurpar a vida e o trono. A guerra estava em andamento, e ninguém sabia 
qual seria o desfecho final de tudo isso. Muitos diziam que Davi estava 
perdido, porque pecara gravemente à luz do dia. Possivelmente Deus havia
 Se apartado dele, assim como fizera com Saul.
Portanto, muitos estavam dizendo: “Quem 
nos dará a conhecer o bem?” Quem nos poderá dizer qual será o fim de 
nosso reino? Em quem podemos confiar? Como ficaremos nós, se Davi for 
morto nesta batalha? O que será do povo de Deus, se cair o pastor de 
Israel?” E estes mesmos clamavam: “Senhor, levanta sobre nós a luz do 
Teu rosto!” O Senhor era a única esperança de luz e orientação para 
eles.
Considerando as condições de nosso mundo 
moderno, vemos crimes por todos os lados, assaltos à mão armada, 
prostituição em múltiplas formas, revoluções em muitos países, 
terrorismo ameaçando as maiores potências da terra! O pecado levanta a 
sua enorme e hedionda cabeça, ameaçando as massas humanas, que clamam em
 desespero, em densas trevas: “‘Quem nos dará a conhecer o bem?’ Quem 
poderá resolver os grandes problemas do coração violento e pecaminoso 
dos habitantes da terra?”’
Observando as condições de nosso mundo 
hodierno, vemos as multidões confusas diante de muitas religiões, credos
 e filosofias, com diferentes promessas, com diferentes doutrinas e 
dogmas, todas baseadas num livro, num Alcorão, num “Evangelho segundo o 
Espiritismo”, num livro Mórmon, ou mesmo numa Bíblia, e as multidões 
perguntam: “‘Quem nos dará a conhecer o bem?’ Quem nos revelará a 
verdade, só a verdade, nada menos do que a verdade?”
Muitos, sim multidões estão em desespero,
 procurando um meio de libertação de sua própria alma, porque se 
encontram escravizados por vícios, drogas, sexo, álcool, e desejam se 
libertar. Mas como eles ignoram o Libertador, não sabendo a quem 
recorrer, clamam à semelhança de Paulo quando estava nesta situação, 
conhecendo leis sem conhecer o Salvador: “Desgraçado homem que sou! Quem
 me livrará do corpo dessa morte?” (Rm 7: 24).
A resposta está em Jesus que disse: “Eu 
sou o Caminho, a Verdade e a Vida!” (Jo 14:6). Breve o Seu povo verá o 
Senhor Jesus Cristo vindo em glória e majestade, pela manifestação do 
Seu reino. Todos os problemas deste agitado planeta estarão resolvidos. 
Não mais haverá guerras com todas as suas coisas terríveis. Não mais 
haverá morte, pranto ou dor, porque Ele dará a vida eterna a todos os 
que confiam em Seu poderoso nome, que pode salvar a todos os que Se 
chegam a Ele.
IV – FALANDO DE SI MESMO (vs. 7-8)
Davi termina o salmo 4, 
em um clímax extraordinário, porque conhecemos as terríveis 
circunstâncias que o envolviam naquele tempo em que compunha os salmos 3
 e 4: fugindo de um exército armado nas trevas da noite, atravessando o 
vau de Cedrom, em meio a um rio profundo e caudaloso, seguido por 
mulheres e crianças. Em meio de condições desfavoráveis, escapando por 
sua vida, junto com sua família que restava, e com os seus homens de 
guerra, Davi dirigindo-se a Deus, fala de si mesmo, e dos próprios 
sentimentos.
1 – Davi tinha alegria. 
“Mais alegria me puseste no coração do que a alegria deles, quando lhes 
há fartura de cereal e de vinho.” (V. 7). A alegria é um fruto do 
Espírito Santo, dado a todos os que se entregam ao Senhor e seguem os 
Seus caminhos. Embora os ímpios também tenham alegria em muitas coisas, 
na abundância de cereal e vinho, em sua festas, não deixa de ser uma 
alegria fugaz e passageira. Alegria espiritual, a alegria do cristão, 
não é de se comparar com a alegria mundana, porque é imortal. “Alegria 
eterna coroará a sua cabeça.” (Is 35:10). Isto é muito mais alegria, por
 tempo incontável.
2 – Davi tinha paz. “Em 
paz me deito e logo pego no sono.” Em meio às agruras da fuga, ele podia
 ter paz. Podia dormir tranquilamente, embora soubesse que o inimigo 
estava bem próximo. Quando ele disse: “Confiai no Senhor” (v. 5), ele 
sabia o que estava dizendo, porque confiava em Deus por experiência 
própria. Podia dormir e descansar sem sofrer de insônia. Assim como 
Cristo dormiu numa tempestade, Davi também podia dormir tranquilo, mesmo
 perseguido por inimigos, porque tinha paz.
3 – Davi tinha segurança.
 Davi podia dizer em meio à maior tempestade de sua vida: “Senhor, só Tu
 me fazes repousar seguro!” Segurança é indispensável. Não podemos ter 
alegria sem segurança. Não podemos ter paz sem segurança. Não podemos 
ser felizes sem segurança. Mas os que confiam em Deus estão seguros em 
Seus braços poderosos. Podemos dormir e repousar seguros, certos de que o
 Senhor nos guardará protegidos.
CONCLUSÃO
Certa vez, um navio estava sendo açoitado
 por um tremendo temporal, e os passageiros em pânico viam a 
possibilidade de um iminente naufrágio, e aterrorizados contemplavam o 
horizonte na esperança de um socorro ou de uma mudança do vento. Porém, 
tudo parecia sombrio! E eles pasmados contemplaram uma menina que, 
indiferente ao perigo, brincava no tombadilho da embarcação.
Um dos passageiros, assombrado diante de 
tão grande indiferença face ao perigo, perguntou: “Menina, você não teme
 a tempestade? Não se apercebe do perigo a que estamos sujeitos? Você 
não vê que corremos todos nós risco de vida?” Ela contemplou aquele 
senhor de maneira calma e serena, e respondeu laconicamente: “Meu pai 
está ao leme!” Era a filha do piloto. Ela conhecia a destreza de seu 
pai; ela possuía confiança na habilidade daquele velho piloto do mar.
Confiemos em nosso poderoso Deus, mesmo 
em meio a uma terrível tempestade, em nossa vida. Ele está ao leme. Ele 
conduz a nossa frágil embarcação através das procelas de nossa 
existência e, confiados em Sua direção, haveremos de chegar às praias 
alvacentas da eternidade.
Fonte: Sétimo Dia 
