sábado, 16 de julho de 2011

Removendo o entulho

Ainda estamos neste mundo de trevas porque não agimos nem trabalhamos como Deus quer. Ele deseja que preguemos o evangelho sob a direção do Espírito Santo, mas insistimos em viver e trabalhar por meio de nossos esforços e talentos. Por isso, a tarefa de evangelização continua inacabada.
Do ponto de vista humano, a missão em que estamos empenhados é impossível. Realizamos reuniões de treinamento, desenvolvemos estratégias missionárias, dispomos de generosos orçamentos e nos valemos de mentes brilhantes para criar slogans atrativos, mas o número de conversos continua diminuindo em relação ao aumento da população mundial.
O fato é que somos teimosos! Mais do que isso: rebeldes, pois o modo de Deus agir requer a experiência do cenáculo e não apenas o concurso das habilidades humanas. Orgulho e egoísmo constituem a causa desse comportamento.
Durante os dias em que os discípulos estiveram reunidos no cenáculo, o Espírito Santo atuou de tal modo que egoísmo, orgulho, rivalidade, preconceito e intriga deram lugar à humildade e união, ao amor e serviço desinteressado. Quando isso aconteceu, os discípulos foram habilitados a pregar com ousadia e poder.
Precisamos entender e aceitar o fato de que a obra do Espírito Santo na pregação do evangelho é um milagre. Mas esse milagre deve ser precedido por outro: a remoção do entulho que impede a atuação do poder celestial.
A igreja precisa pedir a Deus que remova o entulho. Que entulho é esse? O mesmo que havia no coração dos discípulos, antes do Pentecostes. Diz Ellen G. White: “Pondo de parte todas as divergências, todo desejo de supremacia, uniram-se em íntima comunhão cristã” (Atos dos Apóstolos, p. 37). Há três níveis em que esse entulho atravanca nosso crescimento espiritual e, consequentemente, o avanço da pregação do evangelho.
1. Família. O lar foi estabelecido por Deus para ser o laboratório do cristianismo. Mas o que vemos hoje? Os tubos de ensaio estão quebrados ou entupidos. Por isso, os reagentes das graças cristãs não produzem o efeito necessário. De que modo os cônjuges podem ser a luz do mundo, se vivem brigando? De que modo os filhos podem se espelhar nos pais, se estes não se entendem?
Precisa haver um forte reavivamento em cada família adventista. Antes, porém, pais e filhos devem rogar a Deus que remova o entulho do coração de cada um deles. O Espírito Santo deseja ardentemente converter “o coração dos pais aos filhos e o coração dos filhos a seus pais” (Ml 4:6). Só assim a família se tornará um sermão eloquente.
2. Igreja. O modelo arquitetado por Deus é o de uma igreja unida, sem contendas, intrigas, rivalidade e preconceito. “O amor deve ser sincero. Odeiem o que é mau; apeguem-se ao que é bom. Dediquem-se uns aos outros com amor fraternal. Prefiram dar honra aos outros mais do que a si próprios” (Rm 12:9, 10, NVI).
3. Liderança. Jesus chamou os Doze para que fossem os líderes da igreja apostólica. Um deles falhou fragorosamente, porque era egoísta e ambicioso. Os demais, antes dos eventos da Cruz, ainda alimentavam sentimentos de inveja e rivalidade. Mas, durante os dez dias de autoanálise nos recessos do cenáculo, o entulho foi removido do coração deles. “Esses dias de preparo foram de profundo exame de coração. Os discípulos sentiram sua necessidade espiritual e suplicaram ao Senhor a santa unção que os devia capacitar para o trabalho de salvar pessoas” (Ibid.). Os métodos humanos foram substituídos pelo método celestial, e o evangelho alcançou o mundo de então.
Qual foi o segredo? Líderes humildes, unidos e solidários. Esse é o jeito de Deus trabalhar. Mas, se não o adotarmos com urgência, vamos continuar enterrando nossos mortos por muitos e muitos anos! O entulho que impede a ação do Espírito Santo precisa dar lugar à humildade. “Os rios só correm para o mar porque este, sabiamente, se coloca abaixo deles” (João Mellão Neto). E não nos esqueçamos de que o Sol se põe diariamente para dar uma oportunidade às estrelas.
Rubens Lessa
 
Fonte:Novo Tempo

Até quando Satanás teve oportunidade para se arrepender?

Algumas pessoas crêem que o tempo da graça para Satanás só se esgotou na cruz (João 19:30), pois ainda nos dias de Jó ele participou com “os filhos de Deus” de uma reunião “perante o Senhor” (Jó 1:6-8). Mas a descrição desse episódio não sugere que a reunião haja ocorrido necessariamente nas cortes celestiais, e muito menos que Satanás, depois de expulso do céu (Apoc. 12:7-9), ainda tivesse acesso à salvação.
Ellen White esclarece que o tempo da graça para Satanás e seus anjos esgotou-se com a expulsão deles do céu. Ela declara que “Deus, em Sua grande misericórdia, suportou longamente a Satanás”, e que “reiteradas vezes lhe foi oferecido o perdão, sob a condição de que se arrependesse e submetesse”, mas ele jamais aceitou os apelos da misericórdia divina (O Grande Conflito, págs. 495 e 496). Havendo perdido sua posição nas cortes celestiais, Satanás ainda solicitou para ser readmitido no céu, mas Cristo lhe disse que isto seria impossível. O próprio Satanás deixou a presença de Cristo “plenamente convencido de que não havia possibilidade de ser reintegrado no favor de Deus” (História da Redenção, págs. 27).

De acordo com a Sra. White, após os anjos caídos deixarem o céu, “não havia possibilidade de esperança de redenção para estes que haviam testemunhado e compartilhado da glória inexprimível do Céu, tinham visto a terrível majestade de Deus e, em face de toda esta glória, ainda se rebelaram contra Ele. Não haveria novas e maravilhosas exibições do exaltado poder de Deus que os pudessem impressionar tão profundamente como aqueles que já haviam testemunhado.” (No Deserto da Tentação, págs. 25 e 26).
Alberto R. Timm (publicado na revista do ancião em abr – jun 2003)

Fonte:Novo Tempo