sábado, 16 de junho de 2012

A sua Religião é a mesma de Jesus?

Olá!
Estamos iniciando uma nova fase do Biblia.com.br . Para inaugurar esse momento lhe convidamos para refletir em sua própria religião. Será que ela é a mesma de Jesus? Não se trata de questionar suas convicções ou que igreja você frequenta. A pergunta é se você está vivendo como Jesus viveu e ensinou.
A maneira como Jesus amou seus amigos e a paciência com que tratou seus inimigos, o tempo que Ele dedicava a oração,  o compromisso que tinha em obedecer o que estava nas escrituras e as ordens do Pai… tudo isso revela a religião de Jesus.
Nosso convite é para que você siga o exemplo dEle. Torne a Bíblia seu principal livro de leitura. A lâmpada para seus pés e a luz para seus caminhos. Lendo e seguindo os ensinamentos da Bíblia você poderá dizer que a sua religião é a mesma de Jesus.
Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim. João 5:39.

Clique aqui e comece agora a estudar mais profundamente a Bíblia.

Fonte: Advir

quinta-feira, 29 de março de 2012

















Brasília, DF … [ASN] O evangelismo integrado em 2012 é o tema de uma grande capacitação via satélite e pela web que acontece no próximo dia 3 de março, com transmissão em português e espanhol. Segundo o pastor Everon Donato, diretor de Ministério Pessoalda Igreja Adventista do Sétimo Dia para oito países sul-americanos, a ideia é que principalmente membros de congregações adventistas e outros simpatizantes entendam como vão funcionar as ações e como podem se envolver. “Vamos apresentar vídeos, histórias impressionantes e orientações com ênfase nos programas Amigos de Esperança, do dia 31 de março, e da Semana Santa, de 1º a 8 de abril”, destaca Donato.
A sequência das ações evangelísticas tem início dia 24 de março com a megadistribuição de mais de 50 milhões de livros A Grande Esperança. Já no dia 31 de março é a data em que na maioria das igrejas adventistas abre suas portas para receber, com programação especial, amigos e simpatizantes nos templos. De 1º a 5 de abril, as mensagens especiais de Semana Santa serão apresentadas nos lares e nos pequenos grupos e, de 6 a 8, o encerramento será nas igrejas.
Uma das histórias que será apresentada na capacitação vem do Rio de Janeiro. Trata de uma senhora que, durante vários anos, percebia que havia um templo adventista perto de sua casa e desejava fazer parte da comunidade. Somente depois de encontrar com um membro adventista, que passava pela rua, resolveu abordá-la e acabou convidada para a programação de Amigos da Esperança naquele ano. O resultado foi seu batismo e o desejo de continuar compartilhando a Bíblia Sagrada com outras amigas.
A capacitação do evangelismo integrado 2012 acontece dia 3 de março, sábado, às 15 horas (horário de Brasília) em português e, às 17 horas (horário de Brasília), em espanhol através do http://novotempo.com/canal-executivo/, que é captado por antenas parabólicas nas igrejas adventistas sul-americanas. Participações de pastores como Erton Köhler, líder sul-americano adventista, Luís Gonçalves (apresentador do programa Arena do Futuro, da TV Novo Tempo) e Ivan Saraiva, orador do programa Está Escrito (da TV Novo Tempo) Interessados em assistir gratuitamente devem procurar o templo adventista mais próximo de suas casas ou acessar o link. [Equipe ASN, Felipe Lemos]

Semana Santa no Facebook














Na semana de 01 a 08 de abril os usuários do Facebook poderão acompanhar uma série que esclarece os acontecimentos da última semana de Jesus antes da crucifixão. Conheça os lugares por onde ele andou e o significado das palavras que proferiu.
Diariamente o conteúdo em imagens e vídeos será publicado em www.facebook.com/tvnovotempo

sexta-feira, 2 de março de 2012

Dia de Oração e Jejum promete reunir milhões dia 10 de março

Brasília, DF … [ASN] Durante um dia, adventistas do sétimo dia de oito países sul-americanos vão parar para refletir sobre a oração e o jejum e, acima de tudo, fazer dessas duas ações atitudes práticas. O objetivo do Dia de Oração e Jejum, no próximo dia 10 de março, é pedir pela atuação do Espírito Santo na vida das pessoas, além de orar pelas famílias em geral da sociedade e pelas pessoas que desejam conhecer mais a respeito da Bíblia Sagrada.
A coordenadora do projeto, Wiliane Marroni, destaca que a ideia é criar uma grande rede de pessoas orem de maneira constante nessa data. Nas congregações adventistas e pequenos grupos, as pessoas serão motivadas a interceder uns pelos outros. Inclusive em alguns lugares, há a intenção de que grupos saiam pelas ruas e ofereçam “gratuitamente” uma oração a quem quiser. “Oração não custa nada e quebra barreiras. É uma relação do ser humano com Deus e com seu próximo”, afirma Wiliane.
Maiores informações sobre o projeto você vê em http://reavivamentoereforma.com/2012/02/16/oracao-e-jejum-10demarco/. [Equipe ASN, Felipe Lemos]
Veja um dos vídeos promocionais com mensagem do pastor Erton Köhler, líder sul-americano adventista

 


Fonte: Rede Adventista

sábado, 25 de fevereiro de 2012


No próximo dia 24 de março, os jovens adventistas, apoiados pela ADRA Brasil e Ministério da Saúde, darão início à Campanha Nacional de doação de sangue, plaquetas e medula óssea de 2012. Participe! Clique aqui e baixe os materiais de apoio. Divulgue o Projeto Vida por Vidas nos arredores de sua casa, reúna os jovens de sua igreja, bairro ou comunidade, organize grupos de doação e faça contato com o hemocentro ou hospital mais próximo!
A esperança corre nas suas veias! Você está vivo! Então dê uma chance de vida a quem precisa. Você tem esse poder através da doação! Aproveite o dia 24 de março e seja um Amigo da Esperança! Se você ainda não tem o costume de doar, comece este novo hábito que abrirá portas e janelas e derrubará paredes que impedem muitos de ver o sol de um novo dia!
Materiais e informações sobre  a campanha: www.vidaporvidas.com
Abaixo, links para localizar hemocentros no Brasil:

sábado, 18 de fevereiro de 2012

O vício da pornografia

Internet é tão persistente quanto potente, uma presença indelével e incontrolável na cultura. De fato, a Internet não é separada da cultura; é a cultura. Todo o lixo e vazamento de nossa sociedade obtém seu momento lá, e a obsessão mais minúscula tem seu lugar na prateleira, bem perto de músicas clássicas, caridade e paisagens do pôr-do-sol. A Internet deixa milhões de flores e ervas daninhas florescerem “. 1 A PORNOGRAFIA ONLINE TORNOU-SE UMA DAS áreas mais lucrativas do comércio eletrônico (e-commerce). Estima-se que a receita chegue a bilhões de dólares. O número de pessoas que visitam sites de sexo a cada dia tem sido estimado em 60 milhões. Juntos, os cinco maiores sites de sexo tem mais visitantes que MSNBC.com e CNN.com combinados (canais de notícias). 2 Todos estes sites estão disponíveis a seus filhos a cada minuto da vida deles. E eles são fáceis de achar, em apenas alguns segundos.
A pornografia na Internet é tão extensa que é correto dizer que ela está aqui para ficar; e é provável que nunca seja impedida. A cada dia aproximadamente 400 novos web sites pornográficos são abertos na Internet de lugares como Tailândia e Rússia.3

Nos Estados Unidos, estima-se de 10 milhões de crianças ficam on-line todos os dias. Muitos são ávidos para fazer “amigos eletrônicos” com quem possam bater-papo. Em um recente estudo de aproximadamente 1500 crianças com idades entre 10 e 17, descobriu-se que uma em cada quatro foi exposta indesejavelmente a algum tipo de imagem de pessoas nuas ou pessoas realizando atos sexuais. Uma em 33 recebeu uma solicitação agressiva, significando que alguma pessoa na Internet as pediu para encontrar ou telefonar, ou as mandava correspondência, dinheiro ou presentes. 4

Se você não está convencido que a pornografia é um problema, dê uma olhada em seu jornal local. Os jornais comumente reportam incidentes em que indivíduos como um decano da Escola Divindade da Universidade Harvard, um executivo da Disney Internet, muitos professores universitários, professores de escolas, e outros cidadãos uma vez respeitados ao redor do país foram “flagrados” acessando sites de pornografia na Internet.5
Em “Pornography, Main Street to Wall Street”, (Pornografia, Principal Via Para a Wall Street) H. W. Jenkins reporta que o Dr. Mark Lasher, um sócio-fundador da Aliança Cristã para a Recuperação Sexual (é ele mesmo um recuperado do vício do sexo), pronunciou aos ouvintes de um congresso ano passado: “Muitos na comunidade médica acham que uma substância, para viciar, deve criar uma tolerância química. Os alcoólicos, por exemplo, com o passar do tempo devem consumir mais e mais álcool para alcançar o mesmo efeito. Novas pesquisas, como a dos Doutores Harvey Milkman e Stan Sunderwirth, demonstraram que a fantasia sexual e atividade, por causa das químicas cerebrais produzidas naturalmente, têm a habilidade para criar a tolerância do cérebro ao sexo. Eu tenho tratado mais de mil homens e mulheres viciados. Quase todos começaram com a pornografia.”6
Jenkins continua: “A Internet faz com que as imagens pornográficas sejam mais facilmente acessíveis, e virtualmente com variedade ilimitada. Seria um milagre se as crianças não estivessem encontrando essas coisas, mesmo que isso significasse ativar os ‘filtros’ providenciados por seus pais ou seus provedores de Internet… Se a exposição intensifica a tolerância, e a tolerância piora o problema, ter imagens pornográficas ilimitadas de fácil
alcance em cada computador é como produzir efeitos sociais que ainda não levamos em conta.”

A História de David
Um problema que a mãe de David não encarou é a pornografia na Internet e se David está ou não gastando tempo navegando através dos muitos sites na Internet onde há imagens gráficas de pessoas tendo relações. Janet, a mãe de David, não pensou muito sobre isso, embora tenha ouvido falar sobre isso de tempos em tempos. Ela certamente soube de pessoas que perderam seus empregos por causa disso.

A relação de David com sua mãe é ótima. É boa o bastante para que ele possa conversar com ela sobre a maioria dos desafios que ele encontra diariamente incluindo drogas e sexo. Mas é bom o bastante para falar sobre pornografia? Se David tivesse um problema com pornografia, poderia dizer “Ei, mãe, preciso conversar com a senhora sobre algo que está me incomodando”. Ele ficaria muito envergonhado? Há uma excelente probabilidade de que ele esconderia o problema.
Vamos um passo adiante. Se seu vizinho tivesse um problema com a pornografia na Internet, você acha que ele ou ela pediria ajuda a você? E seu cônjuge? E você? Conseguiria reunir a coragem para falar com o Senhor em oração? Aonde você vai quando tem um problema tão delicado, pessoalmente humilhante e degradante como o uso da pornografia? Há alguém em nossa organização que estaria desejoso de ouvir sem criticar ou, o mais importante, sem fofocar sobre isso? Um membro de igreja com vício em pornografia seria alvo de fofocas.
A mãe de David acreditaria se visse um garoto de 12 anos com pornografia? No dia seguinte após o trabalho Janet perguntou a sua filha Beth se ela já tinha visto sexo na Internet.
“Com certeza”,Beth respondeu.
Janet gelou. “Como isso aconteceu?”

A história de Beth foi parecida com a que Janet tinha lido em um jornal. “Eu estava no laboratório de computadores na escola, procurando informação sobre câncer. Eu tive a informação e estava só olhando para ver o que poderia encontrar sobre o tópico. Enquanto estava navegando pela Internet parecia que eu passava por mais fotos de pessoas tendo relações sexuais do que informação sobre câncer”.

A mãe de Beth a pediu para ir ao computador e mostrá-la como acontecia. Ela andou rapidamente em direção ao computador, clicou o mouse algumas vezes, olhou para sua mãe e disse “OK, o que você quer que eu faça?” ·
De braços cruzados Janet disse, “Você me disse que sabe como encontrar fotos sujas na Internet; como eu tenho que ver para crer, mostre me! Eu não acredito no que está dizendo.”

Beth encolheu os ombros e disse, “Mãe, qualquer um pode fazer. É simples.” Beth rapidamente digitou algumas palavras em seu computador, e Bingo! Uma janela depois da outra começou a aparecer rapidamente embora os dedos de Beth não estivessem no mouse ou no teclado. Automaticamente foto após foto apareciam.
“Desligue! Eu não quero ver essas coisas”, disse Janet. Beth desligou e deu meia-volta em sua cadeira para encarar sua mãe. Janet perguntou a Beth se ela freqüentemente ia para a Internet procurando pessoas fazendo sexo. “Mãe, eu nunca faço. Você me pediu para mostrar a você, e eu mostrei”, Beth a repreendeu.
“Bem, como você fez aquilo?” Perguntou Janet.
“Olhe, Mãe”, Beth explicou, “apenas digite uma palavra e aperte a tecla Enter.”
É muito simples. Nossos filhos, nossos cônjuges, nossos empregados, os professores de nossas crianças – todos nós que temos computadores com acesso à Internet temos disponível muitos diferentes websites que têm conteúdo sexual. Uma pessoa poderia gastar 24 horas por dia e provavelmente não visitaria todos eles em um ano. A mãe de David tinha que saber se ele estava acessando sites pornográficos na Internet. Por alguma razão ela não teve a coragem para perguntá-lo diretamente, embora tivesse notado que ele passava muito tempo em seu quarto com a porta fechada enquanto navegava na Internet. Ela não tinha pensado sobre pornografia até a experiência com Beth.
Uma tarde ela perguntou à Beth se havia algum jeito de saber se alguém tinha estado olhando os sites pornográficos no computador. Beth disse, “Certo, isso é fácil”, e prosseguiu para mostrá-la com fazer isso. Depois de aprender como examinar o computador de David para ver quais sites ele tinha visitado na Internet, sua mãe foi ao seu quarto uma noite quando ele tinha saído. Ela fez as coisas que Beth a tinha ensinado e para seu horror ela viu que David tinha visitado centenas de diferentes sites de sexo. Levaram dias para que ela conseguisse coragem o bastante para conversar com ele sobre isso, mas finalmente conseguiu. David admitiu. Ele assegurou-a de que não era um problema. Ela pediu-lhe para não fazer mais isso, e ele afirmou que não faria.
A história não acabou para David. Se ele visitará mais sites pornográficos ou não é uma questão que não será respondida até que sua mãe comprometa-se a monitorar suas atividades na Internet. Se a exposição à pornografia que ele foi submetido se transformará em um problema 10, 20, ou 40 anos mais tarde na vida é especulação. Ele viu as imagens, e elas ficarão com ele por toda a vida.

O âmbito do problema
A pornografia na Internet é tão extensa que deveria horrorizar você. Uma pesquisa da Media Matrix, Inc., uma companhia americana que análisa a audiência na Internet, detectou que em casas com acesso a Internet o seguinte percentual de tempo foi gasto em sites pornográficos durante Dezembro de 2000: 7


Canadá 33
Austrália 33
U.S. 31
Alemanha 29
França 25
Inglaterra 25
Japão 21

Se nossa descrição de pornografia na Internet parece impetuosa, não o é. É um negócio sério, e devemos aceitá-lo imediatamente. Deixar crianças acessarem o computador sem supervisão pode ser tão perigoso quanto cheio de expectativa viver dentro de uma livraria para adultos sem olhar. Dizendo de outro jeito, você iria a uma livraria local para adultos e compraria 100 vídeos e 500 outras revistas pornográficas, colocaria na estante de livros no quarto de seu filho, e pediria a ele para não olhá-los? É claro que não. Então faria isso com a Internet?
Se seus filhos têm computadores com acesso à Internet, aprenda como supervisionar suas atividades na Internet. Se você não sabe como executar um computador, então aprenda. Peça a um amigo para mostrar como controlar atividades na Internet. Converse com seus filhos. Planeje o que você fará. Se você suspeita que há um problema com seu cônjuge, pergunte a ele ou ela; não com críticas, mas com amor. Procurem juntos obter ajuda para este problema crítico.
Pornografia e Educação Cristã
Por Niels-Erik Andreasen,
presidente, Universidade de Andrews
A Pornografia é terrivelmente errada, porque desvirtua as pessoas e ultimamente as destrói. O pior de tudo é a pornografia infantil, pois destrói o corpo e a alma das crianças que ainda não experienciaram sua própria identidade e sexualidade. Por estas razões, todo cristão que se compromete resistirá e confrontará todas as expressões de pornografia e produções de material pornográfico, se destinado ao público ou para uso privado. A educação cristã deve usar sua considerável influência sobre as mentes dos estudantes tanto nas salas de conferência quanto nas residências universitárias para afirmar sua posição cristã. A educação cristã deve usar sua considerável influência sobre as mentes dos estudantes nas leituras em classe e casa para afirmar sua posição cristã.
É um assunto difícil para esposos ou esposas cujos cônjuges estão viciados em pornografia. Esse tipo de atividade freqüentemente resulta na perda do emprego. O que eles podem fazer? Onde um membro de igreja pode encontrar ajuda? Pense sobre isso seriamente. A pornografia é disponível a todos, inclusive aos oficiais da igreja. É um terreno traiçoeiro.
Pesquisas mostram que os efeitos da pornografia são mistos.Um recente estudo informou sobre uma pesquisa dirigida a jovens mulheres com idades entre 14 a 18 anos. Foi examinado. Desse estudo, 29,7 % tinha visto filmes com aviso de cenas impróprias, e isso foi associado a um aumento no risco de ter múltiplos parceiros sexuais, sexo mais freqüente, menos uso de contraceptivos, um forte desejo para conceber, e maior proporção de infecção transmitida sexualmente.8
Uma vez que você, seu cônjuge, ou alguém tenha superado com sucesso o vício sexual na Internet, leve em consideração que ainda terão que voltar para seus computadores para trabalhar. Como você se sentaria e completaria seu trabalho num instrumento através do qual você sabe que tem acesso ilimitado à coisa que quase o arruinou? É como sentenciar um alcoólico a trabalhar em uma loja de bebidas.
Uma chamada à ação
O problema da pornografia não é apenas sobre “eles”; estamos incluídos também. Recente pesquisa conduzida sobre uma amostra de cristãos revelou que 36% tinham visitado web sites explícitos; quase a metade os tinha visitado semanalmente ou algumas vezes por mês. Apenas a metade estava ciente de que seu cônjuge sabia que eles estavam acessando esses sites.

Os Pastores precisam ser treinados em relação aos perigos do vício sexual e pornográfico. É importante discursar o tópico do púlpito. Precisamos de sessões em pequenos grupos em que orações de intercessão sejam feitas ao Senhor. Precisamos providenciar treinamento específico para conselheiros cristãos em nossas universidades e faculdades. Precisamos localizar os recursos para fornecer a membros, não-membros, e mesmo a oficiais uma linha para a qual possam ligar para fazer perguntas com absoluto anonimato e obter assistência. Também precisamos realizar pesquisas nesta área entre nossos membros e oficiais para entender melhor a extensão do problema e aprender as abordagens que foram descobertas ser efetivas.
Pensando nos mais jovens, a responsabilidade fundamental de proteger as crianças dos assédios sexuais on-line cai sobre os pais. Setenta por cento dos assédios pela Internet ocorrem nos computadores de casa. 9
Semelhante a uma infecção que ameaça o corpo de nossa igreja, a pronografia precisa tratamento imediato.


Fonte: Rede Adventista

A alimentação e a preparação para os eventos finais


 
Deus está procurando levar-nos de volta, passo a passo, a Seu desígnio original – que o homem subsista com os produtos naturais da terra. Entre os que estão aguardando a vinda do Senhor, deve a alimentação cárnea ser finalmente abandonada; a carne deixará de fazer parte de seu regime alimentar.
Devemos ter isto sempre em mente, e procurar agir firmemente nesse sentido. Conselhos Sobre Saúde, pág. 450.
Devem ser vistas maiores reformas entre o povo que pretende estar aguardando o breve aparecimento de Cristo. A reforma de saúde deve realizar uma obra entre o nosso povo que ela ainda não realizou. Há os que devem estar atentos para o perigo de comer carne, pois ainda estão ingerindo a carne de animais, arriscando assim a saúde física, mental e espiritual. Muitos que agora estão apenas meio convertidos no tocante à questão de comer carne, se afastarão do povo de Deus para não mais andar com eles. Review and Herald, 27 de maio de 1902.
Fonte: Ellen White - Eventos Finais, p. 81

Fonte: Tudo para Vegetarianos

Como ter em 2012 sua vida emocional melhor sem remédios de farmácia?

Aprender a administrar as próprias emoções é saúde mental. Como conseguir isto e não depender de medicamentos?
O livro best-seller nos Estados Unidos do psiquiatra M. Scott Peck, “O Caminho Menos Percorrido“, trata do desenvolvimento emocional humano. Ele começa com a frase: “A vida é difícil.” É? Creio ser difícil de maneiras diferentes para pessoas diferentes. Vamos pensar.
Para os pobres materialmente a vida é difícil financeiramente. Para outros é difícil porque nasceram com déficit cerebral que favorece o surgimento de transtornos mentais. Há os que experimentam dificuldade devido à doenças incuráveis, bem limitadoras, como paralisias, ausência de algum órgão, deficiência visual, auditiva, etc. E a vida pode ser difícil para pessoas que, ainda que ricas materialmente, sentem um vazio existencial.
Dr. Scott Peck comenta em seu livro sobre o fato de jovens aprenderem na escola matemática, geografia, história, biologia, química, física, línguas estrangeiras, etc., e não lhes ser ensinado a lidar com suas próprias emoções! Um dos fundamentos do pensamento pós-moderno vigente, praticado numa maioria de países, pela maioria das pessoas é: “Se me sinto bem, então vale à pena!” O que vale é como a pessoa se sente, e isto depende das emoções. Consegue ver o perigo disto?
Leigh M. Vaillant, psiquiatra professora de Harvard, com quem troquei ideias sobre angústia humana, em seu livro “Changing Character“, explica que o desafio para a saúde mental é “ter as emoções sem deixar que as emoções tenham você.” Isto corresponde às ideias de Daniel Goleman sobre “inteligência emocional”, e ao conceito de Diana Fosha, Ph.D., da Universidade Adelphi nos EUA, sobre “competência emocional”. É bem diferente ter competência no mercado de trabalho e ter competência emocional. Uma coisa não vem obrigatoriamente ligada à outra. Para adquirir competência emocional temos que lutar por isto, buscar ativamente este crescimento, aprender a administrar nossas emoções.
Você já viu em algum currículo de alguma escola, curso, pós-graduação, mestrado, doutorado, pós-doutorado uma disciplina chamada “Administração de Emoções”? Eu nunca vi. Sabia que a Bíblia ensina isto? O conceito bíblico de comportamento saudável envolve o aprendizado do controle emocional. Por exemplo, o “Ph.D” Paulo diz: “Irai-vos e não pequeis.” Efésios 4:26. Isto é exatamente o que Leigh Vaillant explica em seu livro. O problema não é a emoção, neste caso, a raiva. Há situações na vida que geram raiva e isto é normal. A questão é: Você é dominado por ela ou a administra para não ser movido pela raiva e, assim, fazer bobagem?
Recomendo colocar um alvo para si mesmo para o novo ano: aprender a administrar suas emoções. Não conheço ninguém, a não ser Jesus Cristo, que aprendeu isto perfeitamente. (veja Hebreus 5:8 e 9). Vale à pena tentar e não desistir. Os benefícios serão enormes para sua paz interior, relação com as pessoas e autonomia na vida no sentido de não ser jogado para aqui ou para ali pelas emoções, ou ficar dependente de remédios, psicólogos, médicos.
Como fazer isto?
Primeiro, reconheça que talvez você tem estado sem controle das próprias emoções.
Segundo, identifique a emoção do momento. Dê um nome a ela: É raiva? Medo? Tristeza? Alegria? Vergonha? Culpa? Compaixão?
Terceiro, tente entender que evento produziu este sentimento que você acabou de identificar.
Quarto, use o raciocínio lógico (não depende de emoção) para verificar se este sentimento cabe na situação, ou se é exagerado. Você pode negar o sentimento e por isso concluir que não está sentindo nada, quando, na verdade, ele pode estar reprimido. Se for o caso, pense: “O que uma pessoa sentiria normalmente nesta situação?” Assim é mais fácil você admitir que tem a emoção negada num primeiro momento.
Quinto, expresse (fale, verbalize) este sentimento sem ser de maneira afetada, agressiva, abusiva, para a pessoa em foco e experimente (vivencie) o sentimento sem medo dele, sem fugir dele com álcool, outras drogas, excesso de trabalho, sexo, compras, viagens, etc. (ver 1 Coríntios 10:13).
Sexto, não tenha medo do sentimento, seja medo, angústia, tristeza, culpa, vergonha. O sentimento não é você. Você é maior que ele e pode pensar sobre ele.
Sétimo, leia bons livros sobre o assunto, assista palestras sobre este tema, converse com pessoas interessadas nisto.
Administrar a emoção envolve dar dois passos para trás em sua mente, olhar a si como expectador, e pensar no que sente. Sem este exercício, a emoção domina você. Com ele você pode ter a emoção sem deixar que ela tenha você. Bom Ano Novo com melhor controle emocional!
Dr.César Vasconcelos
Fonte: www.portalnatural.com.br

Fonte: Rede Adventista

sábado, 11 de fevereiro de 2012

7 coisas para fazer no sábado

 
1. Vá à igreja. Não se esqueça de levar sua Bíblia.
2. Cante. Um coração agradecido sempre louva ao Senhor.
3. Liste 7 coisas especiais que aconteceram na semana para agradecer a Deus.
4. Escolha um texto bíblico e peça para Deus lhe mostrar algo que você jamais viu ali, antes.
5. Visite um asilo ou algum doente em hospital. Vai fazer um bem tão grande para você!
6. Tem programação à tarde em sua igreja? Esteja lá. Sua presença é indispensável.
7. Não esqueça que o sábado não é seu. É de Deus. Pense nas coisas dEle.

Fonte:  Sétimo Dia

A perfeição dos cristãos imperfeitos

“Nossa vida pode ser perfeita em cada fase de desenvolvimento, contudo haverá progresso contínuo, se o propósito de Deus se cumprir em nós. A santificação é obra de toda uma vida” (Ellen G. White, Parábolas de Jesus, p. 65).
Certa vez, um adventista de nascimento que defende a cristologia pós-lapsariana (segundo a qual Jesus teria a natureza de Adão após a queda, com as tendências herdadas para o pecado – embora não com as tendências cultivadas) discutia o assunto com outro adventista pré-lapsariano. A certa altura, o primeiro disse: “Você não compreende esses assuntos porque bebe Coca-Cola. Deve estar com a mente embotada.” O segundo, então, respondeu: “Na verdade, depois que me tornei adventista, nunca mais bebi Coca-Cola e sempre procurei ser temperante.” Este diálogo mais ou menos fictício (e bem minimalista) mostra um fenômeno interessante (mas que não pode ser generalizado): indivíduos que nasceram em lar adventista e, infelizmente, tiveram maus exemplos por parte de alguns adventistas próximos, quando conhecem a mensagem do reavivamento e da reforma (especialmente no que tange às mudanças alimentares) – e começam a vivê-la – pensam algo mais ou menos assim: “Agora eu descobri o verdadeiro adventismo.” Isso não é necessariamente ruim, desde que se trate de uma conversão genuína. O problema é quando essas pessoas começam a olhar de cima para seus irmãos, como se eles não estivessem vivendo a mensagem. Outros ainda passam a se dedicar ao estudo de um assunto apenas, até que este se torne praticamente sua única bandeira, o tema todo-absorvente de suas pesquisas e pregações. Consideram-se donos de uma luz especial que os demais não conseguem ver. Esquecem-se de que Deus conduz um povo, não ramificações, e desconfiam de todos os que não vivem à altura do padrão adotado por eles.
Satanás é especialista em dividir para conquistar. Quando consegue utilizar uma necessidade real e importante (como a reforma) para causar divisão, melhor ainda para ele. Os extremos dessa questão são perigosos: por um lado, (1) desconsiderar o apelo ao reavivamento e à reforma (que tem que ver com todos os aspectos da vida, não apenas com a dieta), por outro (2) distorcer a ideia da reforma, a ponto de considerar as mudanças no estilo de vida como uma credencial para o Céu.
Convido-o a analisar com cuidado e atenção o seguinte texto inspirado: “Era possível a Adão, antes da queda, formar um caráter justo pela obediência à lei de Deus. Mas deixou de fazê-lo e, devido ao seu pecado, nossa natureza se acha decaída, e não podemos tornar-nos justos. Visto como somos pecaminosos, profanos, não podemos obedecer perfeitamente a uma lei santa. Não possuímos justiça em nós mesmos com a qual pudéssemos satisfazer às exigências da lei de Deus. Mas Cristo nos proveu um meio de escape. Viveu na Terra em meio de provas e tentações como as que nos sobrevêm a nós. Viveu uma vida sem pecado. Morreu por nós, e agora Se oferece para nos tirar os pecados e dar-nos Sua justiça. Se vos entregardes a Ele e O aceitardes como vosso Salvador, sereis então, por pecaminosa que tenha sido vossa vida, considerados justos por Sua causa. O caráter de Cristo substituirá o vosso caráter, e sereis aceitos diante de Deus exatamente como se não houvésseis pecado” (Ellen White, Caminho a Cristo, p. 62; grifos meus).
Vamos pontuar:
1. Antes da queda, portanto com sua natureza humana perfeita, Adão poderia formar caráter justo pela obediência à lei de Deus. Logo, após a queda, isso não mais é possível.
2. Depois do pecado, nossa natureza se acha decaída e somos incapazes de nos tornar justos.
3. Somos pecaminosos, profanos e, por isso, não podemos obedecer perfeitamente a uma lei santa, porém, “se está no coração obedecer a Deus, se são feitos esforços nesse sentido, Jesus aceita esta disposição e esforço como o melhor serviço do homem, e supre a deficiência, com Seu próprio mérito divino” (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 382).
4. Cristo, que possuía a natureza moral de Adão antes da queda (não, porém, a física), viveu uma vida sem pecado e cumpriu perfeitamente a lei de Deus.
5. Cristo Se oferece para nos tirar os pecados e dar-nos Sua justiça. Assim somos considerados justos.
6. Quando aceitamos Jesus como Salvador (justificação), o caráter dEle substitui o nosso, e somos aceitos diante de Deus como se não houvéssemos pecado.
Outro texto para sua consideração: “Os serviços religiosos, as orações, o louvor, a penitente confissão do pecado, sobem dos crentes fiéis, qual incenso ao santuário celestial, mas passando através dos corruptos canais da humanidade, ficam tão maculados que, a menos que sejam purificados por sangue, jamais podem ser de valor perante Deus. Não ascendem em imaculada pureza, e a menos que o Intercessor, que está à mão direita de Deus, apresente e purifique tudo por Sua justiça, não será aceitável a Deus. Todo o incenso dos tabernáculos terrestres tem de umedecer-se com as purificadoras gotas do sangue de Cristo. Ele segura perante o Pai o incensário de Seus próprios méritos, nos quais não há mancha de corrupção terrestre. Nesse incensário reúne Ele as orações, o louvor e as confissões de Seu povo, juntando-lhes Sua própria justiça imaculada. Então, perfumado com os méritos da propiciação de Cristo, o incenso ascende perante Deus completa e inteiramente aceitável” (Ellen White, Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 344).
Nem o que de melhor possamos oferecer – nossas orações, o louvor e as confissões – é considerado imaculado diante do Deus santo – imagine a guarda do sábado, a fidelidade, o estilo de vida, etc. Seres humanos imperfeitos jamais poderão prestar obediência perfeita, no entanto, Jesus nos diz: “Se Me amais, guardareis os Meus mandamentos” (João 14:15). Nossa motivação para a obediência deve ser o amor. Quem ama, procura agradar ao objeto de seu amor e aceita por amor aquilo que Cristo coloca à sua disposição. E, quando reconhecemos que Deus somente visa ao nosso bem (a ponto de ter morrido por nós), entendemos que a obediência aos mandamentos dEle, na verdade, nos serve de proteção. É sempre o melhor para nós.
Ellen White também diz que “a salvação é inteiramente um dom gratuito. A justificação pela fé está fora de controvérsia. E toda essa discussão estará terminada logo que seja estabelecida a questão de que os méritos do homem caído, em suas boas obras, jamais poderão obter a vida eterna para ele” (Fé e Obras, p. 20). Agora pense: se Jesus tivesse as tendências para o pecado (ainda que somente as herdadas), as boas obras dEle não serviriam nem para salvá-Lo; imagine para nos salvar…
É preciso entender que a perfeição bíblica se resume no amor desinteressado, conforme descrito em Mateus 5:43-48. Devemos ser perfeitos em nossa esfera (relativa) como Deus o é na dEle (absoluta).
“Aquele que não conheceu pecado, Ele O fez pecado por nós; para que, nEle, fôssemos feitos justiça de Deus” (2 Coríntios 5:21).
“Sabeis também que Ele Se manifestou para tirar os pecados, e nEle não existe pecado” (1 João 3:5).
O texto a seguir é muito claro. Os “perfeccionistas” dizem que, quanto mais avançarmos na santificação, menos precisaremos nos arrepender. No segundo parágrafo, Ellen White diz exatamente o contrário disso: “A santificação não é obra de um momento, de uma hora, de um dia, mas da vida toda. [...] Enquanto reinar Satanás, teremos de subjugar o próprio eu e vencer os pecados que nos assaltam; enquanto durar a vida não haverá ocasião de repouso, nenhum ponto a que possamos atingir e dizer: ‘Alcancei tudo completamente.’ A santificação é o resultado de uma obediência que dura a vida toda. [...]
“Quanto mais nos aproximarmos de Jesus, e quanto mais claramente distinguirmos a pureza de Seu caráter, tanto mais claramente veremos a excessiva malignidade do pecado, e tanto menos nutriremos o desejo de nos exaltar a nós mesmos. Haverá um contínuo anelo da alma em direção a Deus, uma contínua, sincera, contrita confissão de pecado e humilhação do coração perante Ele. A cada passo para frente em nossa experiência cristã, nosso arrependimento se aprofundará” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 560, 561).
Outro texto para se considerar cuidadosamente: “Seja cuidadoso, extremamente cuidadoso, ao tratar da natureza humana de Cristo. Não O apresente perante as pessoas como um homem com propensões para o pecado. Ele é o segundo Adão. O primeiro Adão foi criado como um ser puro, sem pecado nem mancha alguma de pecado sobre ele; era a imagem de Deus. Poderia cair, e de fato caiu ao transgredir. Por causa do pecado, sua posteridade nasceu com inerentes propensões para a desobediência. Mas Jesus Cristo era o Filho unigênito de Deus. Ele tomou sobre Si a natureza humana, e foi tentado em todas as coisas como a natureza humana é tentada. Ele poderia ter pecado; poderia ter caído, mas por nem um momento sequer houve nEle uma má propensão” (Ellen White, Carta 8, 1895).
Até a glorificação (na segunda vinda de Jesus), jamais poderei dizer que não existe pecado em mim. Mas em Cristo – nosso amado Substituto – há poder para vencer o pecado (atos e pensamentos). E Deus, somente Ele, seja louvado por isso!
Michelson Borges, jornalista e mestre em teologia
Fonte: http://www.criacionismo.com.br/

Fonte:  Rede Adventista

O Poder da Música


A música tem realmente o poder que alguns lhe atribuem? O rock e estilos assemelhados podem ser usados como música sacra? A bateria é um instrumento musical apropriado para o louvor a Deus? O que dizer do exagero nos melismas? Quais os conselhos divinos para o louvor mais apropriado?
Quando era adolescente, no fim dos anos 1980 e começo dos anos 1990, eu apreciava o chamado rock progressivo, estilo de rock que surgiu no fim da década de 1960, na Inglaterra. Mas minha preferência musical era, de fato, o rock brasileiro dos anos 1980. Minhas bandas prediletas eram Legião Urbana, Engenheiros do Hawaii, Paralamas do Sucesso, Capital Inicial, entre outras. Vivia de rádio ligado (os CDs ainda não estavam popularizados) à espera de canções que diziam coisas como estas:
“Nós não precisamos saber pra onde vamos, nós só precisamos ir. Sem motivos, nem objetivos, estamos vivos e isso é tudo” (Engenheiros do Hawaii).
“Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar que tudo era pra sempre, sem saber que o pra sempre sempre acaba” (Legião Urbana).
“Quando tá escuro e ninguém te ouve, quando chega a noite e você pode chorar, há uma luz no túnel dos desesperados, há um cais de porto pra quem precisa chegar. Eu tô na lanterna dos afogados, eu tô te esperando, vê se não vai demorar” (Paralamas do Sucesso).
“O tempo não passa quando falo sozinho. Ninguém sabe onde estou nem pra onde eu vou; mas se tudo der errado, eu quero estar do seu lado dançando à beira do precipício” (Capital Inicial).
Qual era o efeito de tudo isso? A sensação de depressão, inconformismo e desesperança. Pelo menos era o que eu sentia. Uma das músicas, “Faroeste Caboclo”, conta a história de uma vida trágica, tem nove minutos de duração e eu sabia de memória (creio que ainda consigo me lembrar de quase toda, se quiser).
A música mexe com os sentimentos e ajuda a fixar ideias, conceitos. Talvez por isso Andrew Fletcher, estadista escocês do século 18, tenha escrito: “Deixe-me escrever as canções de uma nação e não vou me preocupar com quem escreve as suas leis.”
Por que mudei de “estação”?
Eu já estava cursando jornalismo na Universidade Federal de Santa Catarina e era recém-batizado na Igreja Adventista do Sétimo Dia, quando, certo dia, no ano de 1992, voltei cansado das aulas e resolvi ligar o rádio para relaxar. O apartamento-república estava vazio e aumentei o volume. Era uma dessas rádios FMs populares. Como nunca antes, comecei a ouvir atentamente o que o locutor dizia e a prestar atenção nas letras das músicas. De repente, me dei conta do quanto aquilo tudo era vazio e fútil. Desliguei o rádio e fui ler. Pouco tempo depois, me deparei com este texto inspirado:
“Voam anjos em torno de uma habitação além. Jovens estão ali reunidos; ouvem-se sons de música vocal e instrumental. Cristãos acham-se reunidos nessa casa; mas que é que ouvem? Uma canção, uma frívola cantiga, própria para o salão de baile. Veja, os puros anjos recolhem para si a luz, e os que se acham naquela habitação são envolvidos pelas trevas. Os anjos afastam-se da cena. Têm a tristeza no semblante” (Ellen G. White, Mensagens aos Jovens, p. 295).
O texto realmente me impressionou. Parecia a descrição exata das músicas que eu ainda gostava de ouvir (próprias para o salão de baile; para as discotecas, como a gente chamava naquele tempo). Daquele dia em diante, nunca mais ouvi essas canções. Não queria fazê-lo sem a companhia dos anjos. E Deus mudou meu gosto e minhas preferências musicais.
Música no Céu e no Éden
É interessante notar que antes mesmo de o ser humano ser criado a música já fazia parte da vida no Céu. Pelo menos é o que afirma Moisés no livro de Jó: “Quando as estrelas da alva [anjos], juntas, alegremente cantavam, e rejubilavam todos os filhos de Deus” (38:7).
Depois, quando o primeiro par humano foi criado neste planeta, a música também estava lá: “Os anjos associaram-se a Adão e Eva em santos acordes de harmoniosa música, e como seus cânticos ressoassem cheios de alegria pelo Éden, Satanás ouviu o som de suas melodias de adoração ao Pai e ao Filho. E quando Satanás o ouviu, sua inveja, ódio e malignidade aumentaram, e ele expressou a seus seguidores a sua ansiedade por incitá-los (Adão e Eva) a desobedecer, atraindo assim sobre eles a ira de Deus e mudando os seus cânticos de louvor em ódio e maldições ao seu Criador” (Ellen G. White, História da Redenção, p. 24, 29-30).
Por que Satanás ficou com toda essa raiva ao ouvir os puros cânticos? Simples: ele era o regente do coral angélico, antes de se rebelar contra Deus e ser expulso do Céu. Assim, com todo o conhecimento de que dispõe e motivado por ira insana, o inimigo de Deus procura usar a música para desonrar o Criador, pervertendo-lhe o propósito original de louvar o Senhor.
Música secular e profana
Isso quer dizer que somente a música sacra que louva a Deus pode ser ouvida? Não, necessariamente, mas é preciso fazer distinção entre a boa música secular e a música profana.
Certa ocasião, numa viagem de navio, Ellen White registrou: “Os músicos [no navio] [...] entretinham os impacientes passageiros com música bem apresentada e bem selecionada. Ela não feria os sentidos [...], era suave e realmente gratificante aos sentidos porque era harmoniosa” (Música – Sua Influência na Vida do Cristão, p. 56). Note que a música que ela elogia era suave e harmoniosa.
E quanto à música profana? É aquela que desonra a Deus, ofende Suas criaturas e rebaixa os princípios que devem reger a vida humana. Segundo Eurydice Osterman, no livro O Que Deus Diz Sobre a Música (Unaspress), “a música associada ao mundo entorpece a mente apelando à natureza carnal e, portanto, evoca reações físicas que minimizam a contemplação intelectual que é necessária para discernir e entender preceitos espirituais” (p. 13). Desse tipo de música é melhor manter distância.
Por que gostamos de música?
Pesquisa com ressonância magnética indicou que a percepção musical não é resultado do trabalho de uma área específica do cérebro, como ocorre com muitas atividades, mas da colaboração simultânea de grande quantidade de sistemas neurológicos. Esses dados foram publicados por Daniel Levitin, no livro This Is Your Brain on Music.
Muito do que se imagina ser o som do mundo exterior ocorre, na verdade, dentro do cérebro. As moléculas de ar que fazem vibrar os tímpanos não têm em si as variações entre sons graves e agudos. Elas oscilam numa determinada frequência que o cérebro mede; a partir disso, ele constrói uma representação interna com variações de tonalidade sonora. É similar ao que acontece com as ondas de luz, que são desprovidas de cor.
Além das regiões especializadas do cérebro, o cerebelo se “sincroniza” com o ritmo, tornando possível acompanhar a melodia. Interessante é que o cerebelo parece ter prazer no processo de sincronização.
Conclusão: o cérebro foi projetado para entender a música e gostar dela. É puro design inteligente. Assim como os anjos, fomos criados para fazer música e gostar dela.
A influência da música
No maravilhoso processo da audição, algumas partes do cérebro têm participação especial. Veja a explicação do doutor em fisiologia e professor da Universidade Federal de Santa Maria, Hélio Pothin: “O tálamo é uma estrutura de retransmissão de impulsos nervosos no sistema nervoso central. Sua função é escolher qual parte do córtex cerebral receberá os padrões de estímulos nervosos que chegam a ele. Assim, dependendo dos padrões de estímulos que chegam do ouvido, sejam da melodia, harmonia ou ritmo da música, o tálamo os envia para vários centros do sistema nervoso central, antes de enviá-los ao córtex pré-frontal (responsável pelo raciocínio, razão, discernimento entre o que é certo e errado, ou seja, a consciência). Estímulos nervosos provocados pela melodia da música são enviados pelo tálamo para o sistema límbico, responsável pela deflagração das emoções e sentimentos. Os estímulos nervosos provocados pela harmonia da música são enviados ao córtex pré-frontal. Os estímulos do ritmo da música, antes de serem enviados para o córtex pré-frontal, são enviados para diversas partes do corpo e podem afetar a liberação de hormônios, provocar movimentos e outras sensações, inclusive as mesmas das drogas psicoativas.”
Evidentemente que os efeitos da música sobre a mente e o corpo vão depender também da formação da pessoa e de seu condicionamento cultural. Além disso, levando-se em conta nossa natureza holística, conforme explica a Dra. Marisa Fonterrada, a experiência musical é, antes de tudo, uma “experiência global” (Fonterrada escreveu o livro De Tramas e Fios – Um ensaio sobre música e educação [Unesp]).
Alguns exemplos da influência direta da música no comportamento humano:
Música + volante – Na pesquisa realizada pela empresa fabricante de peças de automóveis Halfords, 60% dos participantes responderam que a música os afeta enquanto dirigem. A análise continuou para saber quais faixas afetavam esse comportamento e o resultado foi o seguinte: Beastie Boys (Sabotage) e The Prodigy (Firestarter) são um perigo! Dão vontade de acelerar além da conta.
Foi feita também uma lista de músicas tranquilas, encabeçada por “As Quatro Estações”, de Vivaldi, entre outras.
Música e álcool – Músicas agitadas e com batidas fortes fazem com que as pessoas consumam mais álcool em bares e boates. Além disso, ambientes ruidosos colaboram para que as pessoas percam o bom senso e bebam mais do que o “normal”.
Rock’n’Roll
Em seu livro História Social do Rock and Roll, Paul Friendlander afirma que o rock teria surgido no meio-oeste americano, sendo uma mistura de country e rythm and blues, tendo se baseado também no gospel. Já o samba, segundo alguns estudiosos, como o antropólogo Antonio Risério (autor do livro Lendo Música), tem origem na música dos cultos de matriz africana e na música de diversão dos escravos, sendo que os tambores proporcionam a rítmica peculiar que pode ser ouvida nos rituais afro-brasileiros.
Elvis Presley (1935-1977) é conhecido como o “rei do rock”. Ele era leitor de Helena Blavatski, co-fundadora da Sociedade Teosófica, uma das fundadoras do movimento Nova Era e contemporânea das irmãs Fox. Quando Elvis cantava hinos, chorava por saber que havia se vendido ao sucesso. Com ele, o rock deixa de ser apenas música para se tornar uma “febre”. Fenômeno semelhante ocorre com os Beatles (1960). A banda inglesa revolucionou não apenas a música, mas o estilo de vida das pessoas. Os músicos passaram a ser considerados “ídolos” e seu público é chamado “fã” (de fanático). A moda e o comportamento igualmente sofreram a influência desses “ídolos”. Os Beatles também promoveram, de certa forma, uma revolução espiritual: estiveram no Oriente e trouxeram de lá toda a influência do budismo, hinduísmo e Hare Krishna e a disseminaram no Ocidente.
Para alguns, o melhor e mais influente álbum da história do rock é Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band, de 1967. Na capa, os Beatles homenagearam 70 celebridades históricas, como Sigmund Freud, Bob Dylan, James Dean, Marlon Brando, Oscar Wilde, o Gordo e o Magro e líderes espirituais.
Na música tema, eles afirmam: “Hoje faz 20 anos que o Sargento Pimenta ensinou a banda a tocar.” E quem morreu 20 anos antes disso, em 1947? Aleister Crowley (1875-1947), o pai do satanismo moderno. Ele dizia falar diretamente com Satanás e ter recebido dele a missão de preparar o mundo para a chegada do anticristo por meio de cinco revoluções: social, sexual, das drogas, espiritual e satanista. O slogan dele era: “Do what thou wilt” (“Faze o que tu queres”). Crowley foi influenciado por Alice Bailey (1880-1949) e Helena Blavatsky.
Um amigo dos meus tempos de adolescente, grande fã dos Beatles, acabou, graças a eles, tendo contato com as ideias de Crowley. Sabia tudo sobre ele.
As revoluções libertárias dos anos 1960 foram em grande parte promovidas por seguidores de Crowley. Ele dizia que “qualquer um pode se tornar um gênio da música se se entregar ao satanismo”. “Sexo, drogas e rock’n’roll” é o conhecido slogan dessa “geração libertária”, e a frase “o diabo é o pai do rock”, de Raul Seixas, também garantiu seu lugar na história. Detalhe: Seixas ajudou a divulgar a obra de Crowley no Brasil. Na música “Sociedade Alternativa”, ele convidava: “Faz o que tu queres, pois é tudo da lei! Da lei! Viva! Viva! Viva a sociedade alternativa.”
Evidentemente que existem vários tipos de rock, desde o heavy ao soft. Mas uma coisa é certa: “Muitos dos valores representados pela cultura do rock estão em flagrante contradição com os valores da adoração e da aceitação reverente de Deus como o eterno Criador de todos os seres vivos” (Lilianne Doukhan, In Tune With God, p. 246).
Levando em conta essa origem, digamos, “nebulosa” do rock e a “flagrante contradição” de boa parte dessa cultura musical com a adoração, há quem questione a adequação desse estilo musical ao louvor cristão. Passagens bíblicas são apresentadas para expor essa inadequação: “Que sociedade pode haver entre a justiça e a iniquidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas?”, pergunta Paulo em 2 Coríntios 6:14. E Jesus afirma: “Quem não é por Mim é contra Mim; e quem comigo não ajunta espalha” (Mateus 12:30). Dá o que pensar…
De minha parte, considerando-se minha formação e preferências musicais anteriores à minha conversão, quando ouço certas músicas ditas sacras, lembro-me do rock que eu “curtia”. E isso me soa como mistura do sagrado com o profano. Água e óleo.
Como diria o personagem Bart Simpson: “Rock cristão? Ridículo! Todos sabem que as melhores bandas são afiliadas de Satanás.”
(É claro que jovens que cresceram ouvindo “rock cristão” não fazem associações com uma experiência secular que não tiveram. Por isso eles não veem problemas com o “rock cristão/gospel”, o que não significa que essa mistura seja apropriada.)
Mistura imprópria
Em meu livro Nos Bastidores da Mídia (p. 72-76), publiquei uma entrevista com o pastor e conselheiro familiar Marcos Faiock Bomfim. Ele disse: “Satanás é um ser real, muito inteligente, e que nunca perde tempo. Ele sabe que música é algo que mexe profundamente com os sentimentos do ser humano; sabe que tipos diferentes de acordes, dispostos em sequências e ritmos diferentes podem produzir sentimentos que influenciam a mente para aceitar o pecado ou para afastar se de Deus; sabe que esses sentimentos, se repetidos, fixam padrões de conduta ou resposta. Assim, é importante saber que o que entra no cérebro humano pelos sentidos influencia de algum modo, para o bem ou para o mal. O conceito teológico do Grande Conflito nos revela que neste mundo simplesmente não existe coisa alguma absolutamente neutra. [...] A música sacra tende a privilegiar o desenvolvimento espiritual e a facilitar o contato com o Céu. A confusão acontece quando existe a mistura dos dois elementos – música popular com letra sagrada. Acontece então uma falta de integridade, uma inconsistência entre a letra e a música. A música ‘fala’ uma coisa e a letra, outra. O cérebro percebe essa incoerência, que pode ser transferida também para a vida espiritual. O próprio Espírito Santo não pode trabalhar, e, então, como diz Ellen White, as mesmas verdades que deveriam converter, podem acabar endurecendo (cf. Testemunhos Seletos, v. 2, p. 291).”
Testemunho de Ivor Myers
A Casa Publicadora Brasileira lançou no Brasil o livro Novo Ritmo – A História de um Ex-artista de Hip-Hop, no qual Ivor Myers conta sua impressionante história de conversão ao adventismo. Myers nasceu na Jamaica e, ainda criança, se mudou com a família para os EUA. Mais tarde, criou uma banda de hip-hop chamada The Boogie Monsters. Chegaram ao estrelato e assinaram um contrato superlucrativo de oito anos com a gravadora EMI Records. No capítulo 10, Myers conta a compreensão que seu irmão Sean (em processo de conversão) alcançou:
“– Rapazes, ando estudando um pouco, e acho que precisamos tirar a bateria da nossa música.
“Silêncio. Olhamos para Sean como se ele fosse de Netuno.
“– Acho que a percussão, a maneira como a usamos, pode não estar certa. Já li que o modo como se toca a bateria pode exercer um efeito negativo sobre as pessoas. Não sei direito como, mas acredito nisso. [Grifo meu.]
“Silêncio. Olhamos fixamente para ele, tentando assimilar essa ideia bizarra. Finalmente, um de nós se manifestou:
“– Nada de bateria? Nada de bateria? Você está maluco? A percussão é o sangue vital da nossa música. Sem bateria, não mexemos com a multidão!” [Grifo meu.]
Testemunho de Karl Tsatalbasidis
Karl Tsatalbasidis, ex-baterista de banda de jazz, estudou com os maiores músicos do Canadá e hoje é cristão adventista. Eis aqui algumas conclusões do autor, publicadas no livro Drums, Rock and Worship – Modern music in today’s church:
1. Alguns confundem tambores e instrumentos de percussão com bateria e esse erro leva à conclusão falsa de que, como a Bíblia menciona alguns instrumentos de percussão e tambores, então a bateria seria aceitável na adoração.
2. A Bíblia relata que tambores foram usados apenas em ocasiões festivas e não em cultos ou adoração. Eles foram sistematicamente excluídos do Templo e não fazem parte da música celestial descrita no Apocalipse. Além disso, é errado pensar que os instrumentos de percussão citados na adoração bíblica poderiam ser tocados da mesma maneira que a bateria é tocada hoje. [Também não significa que possamos usar a percussão como era usada no Antigo Israel. Além disso, é bom lembrar que o piano igualmente não faz parte da música celestial descrita no Apocalipse.]
3. Existe grande diferença no modo como os tambores (bumbo, tarol, tímpano) são tocados numa orquestra e na bateria numa banda de rock.
4. A bateria foi inventada para o único propósito de fortalecer o jazz, blues e todas as variedades de rock’n’roll. Por isso, não pode ser separada da origem do rock e do jazz.
5. O rock e o jazz estão associados a sexo, drogas, ocultismo e rebelião, por isso são formas de música inadequadas para a adoração. [Não podemos ignorar o fato de que muitos hinos tidos como “tradicionais” também têm origem, digamos, duvidosa. Alguns provêm de músicos maçons ou têm que ver com a guerra, o nacionalismo/patriotismo “rebelde”, o pentecostalismo, a valsa e o gospel, e mesmo com canções populares.]
Bateria: terreno pantanoso
Em seu livro Cristãos em Busca do Êxtase, o jornalista Vanderlei Dorneles sustenta que “a exclusão do tambor no templo pode indicar que Deus não quis o instrumento na música de adoração por causa de sua influência” (p. 193; grifo meu).
Mais enfático é Samuele Bacchiocchi, em seu livro O Cristão e a Música Rock, ao afirmar que “nenhum instrumento de percussão foi permitido no Templo. O canto e a música instrumental no Templo deveriam diferir daqueles usados na vida social do povo” (p. 209). [Cf. 2 Crônicas 29:25.]
Dorneles cita Helen Grauman, segundo a qual a flauta também foi excluída da lista de instrumentos do templo. Então o silêncio sobre um tópico quer dizer a confirmação de uma hipótese? Talvez não.
No livro In Tune With God (Review and Herald), páginas 113 e 114, a Dra. Doukhan diz que se alguém argumentar que os tambores têm que ser excluídos da igreja com base em práticas bíblicas do Templo hebraico, então as mulheres deveriam ser excluídas do serviço musical da igreja (ou de qualquer outra atividade na igreja). Se as flautas não foram aceitas na disposição litúrgica do Templo, não haveria lugar para o órgão hoje, pois este é nada mais que um “grupo de flautas” (os tubos de um órgão têm a função de flautas).
O piano, o órgão e o violão ¬– todos passaram por debate semelhante. Mas isso não significa que o uso desses instrumentos não deva ser alvo de estudos e motivo de oração. Além disso, é sempre bom lembrar que, na adoração, não é meu gosto que deve prevalecer, do contrário, estarei reproduzindo a atitude de Caim.
No artigo “Música sacra, controle religioso e fetiche cultural”, Joêzer Mendonça, doutorando em musicologia na Unesp, sugere que “é preciso verificar se determinada comunidade religiosa, com diferentes grupos etários e culturais, reunida num templo se sente à vontade com mudanças litúrgicas mais radicais e ‘emergentes’. Uma comunidade poderá se sentir pronta para certas mudanças e outras nem tanto. Porém, se esse debate não cessa, que ao menos fique livre de tradicionalismos obscurantistas e inovações irrefletidas”.
Creio que três versos paulinos se encaixem bem neste contexto: “Todas as coisas são permitidas, mas nem todas são proveitosas. Todas as coisas são permitidas, mas nem todas são edificantes. Ninguém busque seu próprio bem, e sim o dos outros. [...] Não vos torneis motivo de tropeço nem para judeus, nem para gregos, nem à igreja de Deus, assim como em tudo eu também procuro agradar a todos. Pois não busco meu próprio bem, mas o de muitos, para que sejam salvos” (1 Coríntios 10:23, 24, 33).
“Deve haver um cuidado especial para não utilizar músicas que apenas agradem os sentidos, tenham ligação com o carismatismo, ou tenham predominância de ritmo”, recomenda o Voto 2005-116 (5/5/2005), da Divisão Sul-Americana da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Esse é um ótimo conselho da Igreja.
Hiperestimulação
Minha esposa gosta muito do filme clássico “A Noviça Rebelde”, de 1965. Nele há longas tomadas com diálogos e caminhadas ao som de musiquinhas tranquilas. Hoje nenhum diretor se dá ao luxo de filmar assim. Os filmes têm tomadas curtas, cheias de ação e mudanças de planos. Se não for assim, a plateia dorme. Por quê? Porque as pessoas foram aos poucos acostumadas com a hiperestimulação dos sentidos.
O mesmo ocorre com o paladar. Se lhes fossem oferecidos uma maçã ou um sorvete, geralmente as pessoas optariam por qual deles? O paladar de alguns está tão pervertido que os alimentos simples, não condimentados ou açucarados, já não lhes dão prazer gustativo. Culpa da hiperestimulação.
No sexo ocorre fenômeno semelhante. A exposição da nudez quase não mais choca ou constrange esta geração sensualizada. O sexo criado por Deus foi deturpado e deu origem à pornografia, pedofilia, zoofilia e outras barbaridades. Hiperestimulação.
Você acha que a música ficaria fora dessa tendência?
A hiperestimulação, no que diz respeito à música, consiste em supervalorizar o ritmo e o volume em detrimento da melodia e da harmonia. Note como Ellen White define o bom cântico: “O bom cântico é como a música dos pássaros – suave e melodioso” (Música, p. 26; grifo meu). E Paulo escreveu: “Cantarei com o espírito, mas também cantarei com a mente” (1 Coríntios 14:15; grifo meu). O que a hiperestimulação faz é justamente dificultar o pensamento racional. E viciar.
De acordo com Norman Weinberger, o ritmo repetitivo sincopado e marcado aumenta os níveis de neurotransmissores (noradrenalina, serotonina e dopamina) e de adrenalina no sistema nervoso central, gerando prazer. A música com esse tipo de ritmo ativa alguns dos mesmos sistemas de recompensa estimulados por comida, sexo e drogas (“Mente e cérebro – segredos dos sentidos”, Scientific American Brasil, Edição Especial nº 12, p. 53).
Em seu livro In Tune With God , Lilianne Doukhan afirma que, “no estilo musical em que um dos elementos [da música] torna-se dominante em detrimento dos outros através de uma presença monolítica, sustentada e acentuada, o princípio do equilíbrio é destruído e o efeito holístico da música que deve caracterizar nossa música de adoração, em particular, fica perdido” (p. 27, 28).
Assim como ocorre com a gustação e o sexo, o prazer, em si, é neutro. Mas o sexo fora de contexto e pervertido pode causar uma resposta dopamínica viciante naquilo que é errado. Quando praticado no contexto certo, cria vínculos (oxitocina/vasopressina) com o parceiro e “vicia” de modo correto. É possível sentir prazer com qualquer tipo de música, mas a sensação em si a torna adequada? Meu gosto será guia seguro?
Segundo Ellen White, “Satanás sabe que órgãos excitar [hiperestimular] para animar, monopolizar e atrair a mente de modo que Cristo não seja desejado. Os anelos espirituais da alma [...] ficam por esperar” (O Lar Adventista, página 407). E mais: “Se trabalharmos para criar excitação do sentimento, teremos tudo quanto queremos, e mais do que possivelmente podemos saber como manejar. [...] Importa não considerar nossa obra criar excitação. Unicamente o Espírito de Deus pode criar um entusiasmo são” (Mensagens Escolhidas, v. 2, p. 16, 17).
Por isso o Manual da Igreja (edição 2010) aconselha: devemos “exercer grande cuidado na escolha da música no lar, nos encontros sociais, nas escolas e igrejas. Toda melodia que partilhe da natureza do jazz, rock ou formas híbridas relacionadas e toda linguagem que expresse sentimentos tolos ou triviais, serão evitadas” (p. 151). Isso significa que a Igreja Adventista do Sétimo Dia desaprova qualquer tipo de música que faça lembrar os estilos musicais mencionados acima.
Floreios e contorcionismos vocais
“Tenho ouvido em algumas de nossas igrejas solos completamente inadequados ao culto na casa do Senhor. As notas prolongadas e os floreios, comuns nas óperas, não agradam aos anjos. Eles se deleitam em ouvir os simples cânticos de louvor entoados em tom natural. Unem-se a nós nos cânticos em que cada palavra é pronunciada claramente, em tom harmonioso. Eles combinam o coro, entoado de coração, com o espírito e o entendimento” (Ellen G. White, Evangelismo, p. 510).
Por que será que os anjos não se agradam das “notas prolongadas” e dos “floreios comuns nas óperas”, quando usados na igreja? A expressão a seguir, sua definição e aplicação é um forte auxílio para que compreendamos os motivos para a orientação recebida do Céu, segundo Aurélio Ludvig, professor de Educação Musical no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas (Ifam):
Ad libitum. Essa expressão aparece na partitura de algumas óperas e outras formas musicais. Refere-se principalmente às partes dos solistas, nas quais eles têm liberdade de interpretação, a parte da contagem rítmica. As notas musicais (sons definidos, com nome e altura) podem ser identificadas nesse tipo de recurso vocal, a coloratura. Em geral, isso faz com que o solista seja exaltado pela plateia porque ele pode mostrar ali todo o seu virtuosismo. Traduzindo: show.
O louvor dos anjos passa longe disso: “Os serafins ao redor do trono acham-se tão cheios de solene reverência ao contemplar a glória de Deus, que nem por um instante se olham a si mesmos com admiração. Seu louvor é para o Senhor dos Exércitos. Ao contemplarem o futuro, quando toda a Terra será cheia de Sua glória, o triunfante cântico ecoa de um a outro em melodioso acento: ‘Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos’ (Is 6:3). Acham-se plenamente satisfeitos de glorificar a Deus; permanecendo em Sua presença, sob Seu sorriso de aprovação, nada mais desejam” (Ellen White, Obreiros Evangélicos, p. 21).
Para Ludvig, o Ad libitum se assemelha ao famoso melisma. “Nesse recurso, não há a possibilidade de identificação das notas musicais. Muitas vezes, as pessoas não conseguem alcançar notas mais agudas, por isso fazem uma pequena curvatura nelas, até as definirem. Mas se não alcançam, por que não experimentam cantar aquelas músicas que sabem que não precisarão de um ‘jeitinho’? Se cada palavra deve ser pronunciada claramente, em tom harmonioso, para que serve o melisma?”
É claro que a música judaica, por exemplo, é cheia de melismas. O canto gregoriano é também um canto melismático. No contexto da adoração cristã, o que se recomenda é que não se exagere nesse recurso e que ele não seja transformado em exibição vocal ou maneirismo chato e abusivo.
Relativismo musical
“Vivemos o período conhecido como pós-modernidade, caracterizado por um relativismo avesso à verdade absoluta. O choque entre a visão adventista e o espírito desta época afeta a questão da adoração”, escreveu o teólogo Douglas Reis, em seu livro O Y da Questão (capítulo 14). Depois ele cita o artigo de Daniel Plenc, “O culto como adoração: uma perspectiva de Ellen White” (Dialogue, 20[2], 15-16): “Se encararmos a adoração como um reconhecimento do caráter amoroso de Deus e uma homenagem sincera a Seus atributos, seremos levados a reconhecer que a adoração tem de agradar-Lhe. É dever do adorador apresentar algo agradável ao ser adorado.”
Exemplo de relativismo: “O que faz uma música sagrada é a sua mensagem [letra]. A música não é nada mais do que um arranjo de notas e ritmo. […] Não existe música cristã, mas, sim, letras cristãs. Se fosse tocada uma música sem palavras, você não saberia se é cristã ou não” (Rick Waren, Uma Igreja com Propósito, p. 272-273).
Douglas arremata: “Quando Ellen White comenta os efeitos danosos que a ‘música popular’ de seus dias causava sobre os jovens, desviando-lhes ‘a mente da verdade’ [T, v. 1, p. 496, 497], temos de entender sua orientação dentro de uma ‘época em que o jazz começava a se generalizar’. Daí se pode constatar que Ellen White era uma crítica social, não alguém que recomendasse o uso indiscriminado de influências culturais com objetivos evangelísticos.”
Conselhos inspirados
“Como parte do culto, o canto é um ato de adoração tanto como a oração” (Ellen White, Música, p. 11).
“Frequentemente, pelas palavras de um canto sagrado, são liberadas as fontes do arrependimento e da fé” (Ibidem, p. 12).
“Não é o cantar forte que é necessário, mas a entonação clara, a pronúncia correta e a expressão vocal distinta. [...] que o louvor a Deus seja entoado em tons claros e suaves, sem estridências que ofendam o ouvido” (Ibidem, p. 24).
“Às vezes é mais difícil disciplinar os cantores e fazê-los atuar de forma adequada, do que desenvolver hábitos de oração e exortação. Muitos querem fazer as coisas à sua maneira. Não concordam com as regras, e ficam impacientes sob a liderança de alguém” (Ibidem, p. 25).
“Deus não Se agrada de barulho e desarmonia” (Ibidem, p. 32).
“A música, quando bem utilizada, é uma grande bênção, mas, quando mal-usada, uma terrível maldição” (Ibidem, p. 48).
Dividir para conquistar
O assunto da música na igreja tem sido um dos mais polêmicos nos últimos anos. Discussões acaloradas envolvem o uso desse ou daquele instrumento; estilos musicais; comercialização da música; etc. Sem dúvida, dialogar sobre esse tema nos ajuda a ampliar os horizontes e pode ser realmente benéfico, se o desejo é aprender humildemente para louvar cada vez melhor Aquele que nos criou e redimiu.
Mas há um perigo destacado por Eurydice Osterman, em seu livro O Que Deus diz Sobre a Música: “Quando nossa discussão sobre esses temas nos desviam de focalizar nossa atenção em Deus, esteja certo de que o inimigo plantou sua semente de discórdia com sucesso de modo que ele pode dividir e conquistar, e, afinal, conduzir seus cativos à perdição” (p. 24).
Não podemos permitir que esse ou qualquer outro assunto promova divisão entre o povo de Deus, cumprindo ao contrário a oração de Jesus registrada no capítulo 17 do evangelho de João. A unidade da igreja deve estar acima das preferências de seus membros, e os cristãos maduros saberão deixar o eu de lado para cumprir o desejo do Senhor para Seus filhos: que sejam um.
Adoração
No capítulo 3 do livro de Daniel está a descrição de uma cena dramática. Uma multidão foi convocada pelo rei Nabucodonosor para se prostrar diante de uma estátua de ouro que ele mandou construir. Música foi usada na celebração: “Quando todos os povos ouviram o som da trombeta, do pífaro, da harpa, da cítara, do saltério e de toda sorte de música, se prostraram os povos, as nações e homens de todas as línguas e adoraram a imagem de ouro” (Daniel 3:7; grifo meu). Apenas três jovens hebreus leais a Deus não se deixaram envolver pelas músicas e pelo clima do culto pagão.
A história deixa claro que Satanás aceita e promove “toda sorte de música” e a usa com objetivos espúrios, a fim de escravizar as pessoas e afastá-las do Criador e do verdadeiro culto “racional” (Romanos 12:1). Entretanto, Deus aceita somente a adoração e o louvor conscientes de Seus filhos fiéis.
Devemos sempre louvar com reverência e alegria o Deus que nos criou e redimiu. Louvar do melhor modo que pudermos, sem nos esquecer de que o louvor pode e deve ser aprimorado sempre: “Quenanias, chefe dos levitas, estava encarregado dos cânticos e os dirigia, porque era capacitado” (1 Crônicas 15:22). Busque a capacitação – especialmente aquela que vem do Alto.
Michelson Borges, jornalista e mestre em teologia

Fonte: Revista Adventista

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Sete Conselhos para Inimigos

Você já passou por uma profunda angústia? Já teve um filho revoltado contra a sua autoridade? Já teve inimigos fortes contra si mesmo, e não sabia o que fazer?
O salmista Davi ao escrever o Salmo 4, tinha como fundo sua fuga do palácio, estava sendo perseguido pelo seu filho Absalão que liderava uma multidão que conspirava contra ele para destroná-lo, levando-o à morte.
Mas Davi tem 7 Conselhos, 7 Imperativos para dar a seus inimigos. Neste salmo, ele está (1) Falando para Deus; (2) Falando para homens; (3) Falando dos homens e (4) Falando de si mesmo.
I – FALANDO PARA DEUS (v. 1)
Davi fala para Deus e suplica: “Responde-me quando clamo, ó Deus da minha justiça” (v. 1).
1 – Davi se encontrava em angústia. Ele tem um histórico contínuo em que Deus o aliviou de suas angústias passadas. Isso indica duas coisas: (1) Davi era um homem muito atribulado e (2) Deus sempre o livrava das suas tribulações. Baseado nisso, ele pede a Deus que o livre novamente da angústia pela qual passava no momento em que escrevia este salmo.
Sabemos que muitas vezes somos atribulados, com privações, e sofrimentos, e com muitas angústias que são partes de nossa vida. Mas muitas vezes não nos lembramos de ler a Bíblia e rever como Deus livrava aos homens do passado, com a mesma prontidão com que há de nos atender a nós também. Disse o Senhor Jesus Cristo que não vivemos em um mar de rosas ao se expressar desse modo: “No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo.” (Jo 16:33). Ele nos advertiu que haveremos de passar por situações aflitivas, para que não desanimássemos quando elas chegassem. Assim como Ele socorreu a Davi, no passado, hoje Ele também pode nos ajudar a sairmos aliviados de nossas angústias, porque Ele já passou por isso pessoalmente.
2 – Davi se dirige ao Senhor como “Deus da minha justiça”. Esta é uma expressão singular, e é a única vez que aparece em toda a Bíblia. Os cristãos tem se dirigido a Deus como “Deus Salvador”, “Deus de amor”, “Deus do Céu”, “Deus excelso”; mas é admirável Davi se dirigir a Deus como “Deus da minha justiça”.
Lutero ansiava muito compreender a mensagem de Paulo aos Romanos, mas havia um problema. Ele o descreve assim: “Nada me impedia o caminho, senão a expressão: ‘justiça de Deus’, porque a entendia como se referindo àquela jus­tiça pela qual Deus é justo e age com justiça quando pune os injustos … Noite e dia eu refletia até que … captei a verdade de que a justiça de Deus é aquela justiça pela qual, mediante a graça e a pura misericórdia, Ele nos justifica pela fé. Daí por diante, senti-me renascer e atravessar os portais abertos do Paraíso. Toda a Escritura ganhou novo significado e, ao passo que antes ‘a justiça de Deus’ me enchia de ódio, agora se me tornava indizivelmente bela e me enchia de maior amor. Esta passagem [Rm 1:17] veio a ser para mim uma porta para o Céu.” (Obras de Lutero, vol. 54, p. 179ss.).
Deus é um Deus de justiça, mas precisamos entender que a justiça punitiva já se manifestou na cruz do Calvário, onde Jesus Cristo pagou pelos nossos pecados; agora, precisamos nos apegar às virtudes de Cristo, pelas quais podemos ter a justiça salvadora de Deus. Pela fé nos apropriamos da justiça de Cristo, que é a justiça que passa a ser nossa por imputação, pela qual podemos orar ao Senhor como o “Deus de minha justiça”. Jesus Cristo é chamado como “o Senhor, Justiça Nossa” (Jr 23:8). Ele é o nosso Advogado que nos defende e nos restitui a justiça, e faz justiça aos Seus santos que tem sido oprimidos e injustiçados.
3 – Davi pede misericórdia: “tem misericórdia de mim!” é a sua oração que ele deseja ver ouvida. Davi pede misericórdia ao Deus da justiça. Não parece contraditório? Mas é porque ele confia na justiça de Deus que ele pede a misericórdia. Se queremos salvação, pedimos primeiro a misericórdia, porque tememos a justiça. Mas se já fomos salvos, confiamos na justiça, para que se manifeste a misericórdia para conosco na aplicação da justiça sobre os que estão nos acusando injustamente. Este era o problema do salmista.
4 – Por que Davi pedia misericórdia? Porque necessitava de justiça. Ele havia sido julgado temerária e implacavelmente por falsos amigos, que falavam mal dele, expondo a sua reputação ao ridículo. De acordo com o salmo 2, os seus patrícios traidores zombavam dele, dizendo que ele não tinha mais salvação, que ele estava completamente perdido (Sl 2:2). Portanto, nada melhor do que clamar por misericórdia ao Deus da justiça.
II – FALANDO PARA HOMENS (v. 2-5)
1 – Davi faz uma pergunta retórica aos homens, como se estivessem diante dele: “Ó homens, até quando tornareis a minha glória em vexame, e amareis a vaidade, e buscareis a mentira?” Aqui ele apresenta o seu problema real, aqui está o conteúdo de sua angústia. Ele estava sendo humilhado, afrontado, afligido por muitos que zombavam de sua primitiva glória. Eram os seus inimigos que se baseavam na vaidade e na mentira.
Muitos há que não se importam com a reputação dos outros e falam mal deles, sem conhecer os fatos, propalando mentiras. A mentira sobre o caráter e procedimento dos outros é um veneno cruel que só pode produzir mais angústia sobre as suas pobres vítimas, muitas vezes indefesas. Mas é um veneno danoso também para os próprios autores da acusação.
O filósofo francês Rousseau (1712-1778), é um vívido exemplo disto. Quando jovem ele viveu na cidade de Turim, na casa de uma mulher de Verecelli. Em suas confissões ele escreveu: “Desta casa levo comigo um terrível fardo de culpa que, depois de quarenta anos, ainda está indelével em minha consciência e, quanto mais velho fico, mais pesado é o fardo de minha alma”.
Ele havia roubado um objeto de valor da dona da casa. Posteriormente, quando a perda foi descoberta, lançou a culpa sobre a servente da casa, que, como resultado, perdeu o emprego e a dignidade. Ele continua: “Acusei-a como ladra, lançando assim uma jovem honesta e nobre na vergonha e na miséria. Ela me disse então: ‘O senhor lançou a desgraça sobre mim, mas eu não desejo estar no seu lugar.’
A lembrança freqüente disto dá-me noites de insônia, como se fosse ontem que tal fato aconteceu. É certo que algumas vezes minha consciência esteve adormecida, mas agora ela me atormenta como nunca dantes. Este fardo está mais pesado agora sobre o meu coração; sua lembrança não morre. Tenho que fazer uma confissão.”
2 – Davi sugere 7 imperativos que os seus inimigos deviam praticar (V. 3-5). Esses homens difamaram a reputação do salmista; apegaram-se a vãs maquinações e prosperaram à custa de falsidades. Agora, são aconselhados pelo salmista, a fim de que possam ter mais êxito, sem prejudicar os outros. Ainda podiam repensar e se arrepender, deixando a revolta de Absalão. Mas também há lições para nós. Assim devemos agir, quando somos tentados a nos rebelar contra um servo de Deus:
(1) Sabei. A sabedoria é uma jóia, o conhecimento é necessário, a inteligência é indispensável. O que eles deviam saber? Que Deus é justo e faz distinção entre aquele que o serve e aquele que não o serve. Ele distingue para Si o “piedoso”. Piedoso é aquele que tem piedade, respeito pelas coisas religiosas, temor e respeito para com Deus.
Assim era o salmista, e por isso ele podia dizer que Deus o ouvia quando clamava por Ele. Que eles considerem de novo que aquele que ama a Deus e a quem o Senhor escolhe é guardado por Ele (v. 3a) e será ouvido por Ele em qualquer emergência (v. 3b). Pode ser que aquele a quem estamos perseguindo seja mui amado de Deus e, portanto, protegido. O que diríamos nós diante do Soberano de toda a Terra, ao nos achar perseguindo um de Seus servos? Como ficaria uma ursa roubada de seus filhos?
(2) Irai-vos. A versão antiga diz: “Perturbai-vos”. Entretanto, a palavra hebraica original (râgaz) se traduz melhor, como dizem as versões estrangeiras, como “Tremei”. Davi não estava aconselhando que os seus inimigos ficassem irados, porque isso seria um absurdo, mas que tremessem diante da ideia de perseguir o ungido de Deus! Eles deveriam temer o curso que estavam seguindo, considerar as consequências, a fim de voltar de suas ideias homicidas, e tornar à razão.
De fato, perseguir ou causar dano a um ungido de Deus era algo a se temer. Isso aconteceu com o próprio Davi. Ele estava escondido numa caverna com os seus homens, e se achegou ao rei Saul, e Davi furtivamente, lhe cortou a orla do manto, mas logo sentiu o seu coração bater descompassado. E disse: “O Senhor me guarde de que… eu estenda a mão contra ele, pois é o ungido do Senhor” “… pois quem haverá que estenda a mão contra o ungido do Senhor e fique inocente?” (1Sm 24:5-6; 26:9). Mas o que diríamos de pessoas em nosso tempo que estão difamando e perseguindo pastores? Não seria de se temer e tremer?
(3) Não pequeis. Salomão disse que “não há homem que não peque” (2Cr 6:36), mas Davi relaciona isso ao temor, como um antídoto para não pecar. Quando o povo de Israel presenciou aos trovões e relâmpagos do Sinai, quando a Lei dos Dez Mandamentos foi dada, disseram atemorizados a Moisés que ele lhes falasse, e não Deus, porque estavam tremendo diante do Seu poder e majestade, com medo da morte. Foi aí que Moisés replicou, dizendo: “Deus veio para vos provar e para que o Seu temor esteja diante de vós, a fim de que não pequeis.” (Êx 20:20). “Filhinhos meus”, disse o apóstolo João “estas coisas vos escrevo para que não pequeis!” (1Jo 2:1). Se alguém quer saber o que fazer para não pecar, aqui está o antídoto para o pecado: o temor de Deus vai nos livrar de pecar.
(4) Consultai. Consultar o coração no travesseiro indica a meditação que temos de fazer, já na cama, antes de pegar no sono, examinando a nossa consciência, perscrutando os nossos caminhos, a ver se andamos retamente, ou se há algum caminho mau que devemos abandonar. Temos que fazer um exame de consciência; temos que consultar o nosso coração em sinceridade. Quais são os nossos planos? Temos ajudado o próximo? Temos iluminado aos que jazem nas trevas do pecado? Ou temos prejudicado a alguém com nossas palavras? Temos falado bem dos outros? Qual é a nossa influência sobre as pessoas, boa ou danosa? O que fazemos para enaltecer a reputação dos semelhantes?
(5) Sossegai. Quando perguntarmos algo à nossa consciência, estejamos sérios, calados e esperemos uma resposta. Não abramos a nossa boca para escusar o pecado; não é hora de falar, é hora de calar e sossegar. Não devemos racionalizar, mas deixemos a razão prevalecer, a fim de chegarmos à verdade sobre a nossa vida e o nosso procedimento. Nossa consciência, quando está afinada pela Palavra de Deus, será segura para nos dar uma orientação correta de nossos atos e teremos a oportunidade de nos arrepender de nossas faltas e corrigi-las. Temos que aprender a sossegar e aquietar-nos diante da imposição da consciência orientada pela soberania do Espírito Santo.
(6) Oferecei. O 6º imperativo é uma ordem para oferecer “sacrifícios de justiça”. O que significa isso? Aqueles homens estavam sendo injustos para com Davi, e ele os leva a se apresentar diante de um Deus justo com sacrifícios de justiça em suas mãos. A linguagem lembra o santuário e seus sacrifícios; os seus inimigos deviam apresentar sacrifícios adequados e saber que a sua causa era injusta, na revolta de Absalão, e ainda tinham tempo para se arrepender. Os seus atos deviam ser atos de justiça, seguindo os seus sacrifícios, para que fossem aceitos. Portanto, nosso culto a Deus deve ser coerente com a reta justiça, ou não será aceito (Mt 5:23-24).
(7) Confiai. Davi tinha muita esperança de que aqueles homens que estavam seguindo a rebelião haveriam de se arrepender, abandonar os seus maus caminhos e voltar-se para Deus. Ele ainda lhes dá a maior chance, a sua maior oportunidade: “Confiai no Senhor”. A confiança em Deus traz a maior vitória. Norteia a nossa vida. Desfaz todos os enganos e traições. Mostra o caminho da sabedoria que temos a palmilhar. A confiança em Deus nos traz a salvação por toda a eternidade. Ele nunca nos decepciona.
III – FALANDO DOS HOMENS (v. 6)
Agora, Davi deixa de falar aos homens para falar dos homens. Ele diz: “Há muitos que dizem: Quem nos dará a conhecer o bem? Senhor, levanta sobre nós a luz do teu rosto.” Observando a condição dos súditos do rei, que estavam sendo enganados pelo seu próprio filho, ele retrata as dúvidas do povo nas palavras: “Quem nos dará a conhecer o bem?”
A família real estava em crise. Davi cometera um pecado de adultério e homicídio. Logo a seguir, Amnom comete um incesto, forçando a sua irmã Tamar. Como um resultado, Absalão matou a Amnom, seu irmão, por causa de Tamar, sua irmã, e fugiu por 3 anos, voltando logo depois para Jerusalém. Então, começou uma conspiração contra o rei Davi, seu pai. Absalão ganhava o coração do povo, dizendo aos que vinham a Jerusalém para resolver os seus problemas: “Olha, a tua causa é boa e reta; porém, não tens quem te ouça da parte do rei… Ah, quem me dera ser juiz na terra!” (2sm 15:3,4).
As pessoas estavam confusas. O rei estava muito ocupado com os seus negócios e suas guerras, e o filho se aproveitava da situação fazendo promessas alvissareiras de reinar com justiça. E agora, uma revolta se insurgiu contra Davi da parte do povo de Israel, liderados por Absalão, que estava à caça do rei, para lhe usurpar a vida e o trono. A guerra estava em andamento, e ninguém sabia qual seria o desfecho final de tudo isso. Muitos diziam que Davi estava perdido, porque pecara gravemente à luz do dia. Possivelmente Deus havia Se apartado dele, assim como fizera com Saul.
Portanto, muitos estavam dizendo: “Quem nos dará a conhecer o bem?” Quem nos poderá dizer qual será o fim de nosso reino? Em quem podemos confiar? Como ficaremos nós, se Davi for morto nesta batalha? O que será do povo de Deus, se cair o pastor de Israel?” E estes mesmos clamavam: “Senhor, levanta sobre nós a luz do Teu rosto!” O Senhor era a única esperança de luz e orientação para eles.
Considerando as condições de nosso mundo moderno, vemos crimes por todos os lados, assaltos à mão armada, prostituição em múltiplas formas, revoluções em muitos países, terrorismo ameaçando as maiores potências da terra! O pecado levanta a sua enorme e hedionda cabeça, ameaçando as massas humanas, que clamam em desespero, em densas trevas: “‘Quem nos dará a conhecer o bem?’ Quem poderá resolver os grandes problemas do coração violento e pecaminoso dos habitantes da terra?”’
Observando as condições de nosso mundo hodierno, vemos as multidões confusas diante de muitas religiões, credos e filosofias, com diferentes promessas, com diferentes doutrinas e dogmas, todas baseadas num livro, num Alcorão, num “Evangelho segundo o Espiritismo”, num livro Mórmon, ou mesmo numa Bíblia, e as multidões perguntam: “‘Quem nos dará a conhecer o bem?’ Quem nos revelará a verdade, só a verdade, nada menos do que a verdade?”
Muitos, sim multidões estão em desespero, procurando um meio de libertação de sua própria alma, porque se encontram escravizados por vícios, drogas, sexo, álcool, e desejam se libertar. Mas como eles ignoram o Libertador, não sabendo a quem recorrer, clamam à semelhança de Paulo quando estava nesta situação, conhecendo leis sem conhecer o Salvador: “Desgraçado homem que sou! Quem me livrará do corpo dessa morte?” (Rm 7: 24).
A resposta está em Jesus que disse: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida!” (Jo 14:6). Breve o Seu povo verá o Senhor Jesus Cristo vindo em glória e majestade, pela manifestação do Seu reino. Todos os problemas deste agitado planeta estarão resolvidos. Não mais haverá guerras com todas as suas coisas terríveis. Não mais haverá morte, pranto ou dor, porque Ele dará a vida eterna a todos os que confiam em Seu poderoso nome, que pode salvar a todos os que Se chegam a Ele.
IV – FALANDO DE SI MESMO (vs. 7-8)
Davi termina o salmo 4, em um clímax extraordinário, porque conhecemos as terríveis circunstâncias que o envolviam naquele tempo em que compunha os salmos 3 e 4: fugindo de um exército armado nas trevas da noite, atravessando o vau de Cedrom, em meio a um rio profundo e caudaloso, seguido por mulheres e crianças. Em meio de condições desfavoráveis, escapando por sua vida, junto com sua família que restava, e com os seus homens de guerra, Davi dirigindo-se a Deus, fala de si mesmo, e dos próprios sentimentos.
1 – Davi tinha alegria. “Mais alegria me puseste no coração do que a alegria deles, quando lhes há fartura de cereal e de vinho.” (V. 7). A alegria é um fruto do Espírito Santo, dado a todos os que se entregam ao Senhor e seguem os Seus caminhos. Embora os ímpios também tenham alegria em muitas coisas, na abundância de cereal e vinho, em sua festas, não deixa de ser uma alegria fugaz e passageira. Alegria espiritual, a alegria do cristão, não é de se comparar com a alegria mundana, porque é imortal. “Alegria eterna coroará a sua cabeça.” (Is 35:10). Isto é muito mais alegria, por tempo incontável.
2 – Davi tinha paz. “Em paz me deito e logo pego no sono.” Em meio às agruras da fuga, ele podia ter paz. Podia dormir tranquilamente, embora soubesse que o inimigo estava bem próximo. Quando ele disse: “Confiai no Senhor” (v. 5), ele sabia o que estava dizendo, porque confiava em Deus por experiência própria. Podia dormir e descansar sem sofrer de insônia. Assim como Cristo dormiu numa tempestade, Davi também podia dormir tranquilo, mesmo perseguido por inimigos, porque tinha paz.
3 – Davi tinha segurança. Davi podia dizer em meio à maior tempestade de sua vida: “Senhor, só Tu me fazes repousar seguro!” Segurança é indispensável. Não podemos ter alegria sem segurança. Não podemos ter paz sem segurança. Não podemos ser felizes sem segurança. Mas os que confiam em Deus estão seguros em Seus braços poderosos. Podemos dormir e repousar seguros, certos de que o Senhor nos guardará protegidos.
CONCLUSÃO
Certa vez, um navio estava sendo açoitado por um tremendo temporal, e os passageiros em pânico viam a possibilidade de um iminente naufrágio, e aterrorizados contemplavam o horizonte na esperança de um socorro ou de uma mudança do vento. Porém, tudo parecia sombrio! E eles pasmados contemplaram uma menina que, indiferente ao perigo, brincava no tombadilho da embarcação.
Um dos passageiros, assombrado diante de tão grande indiferença face ao perigo, perguntou: “Menina, você não teme a tempestade? Não se apercebe do perigo a que estamos sujeitos? Você não vê que corremos todos nós risco de vida?” Ela contemplou aquele senhor de maneira calma e serena, e respondeu laconicamente: “Meu pai está ao leme!” Era a filha do piloto. Ela conhecia a destreza de seu pai; ela possuía confiança na habilidade daquele velho piloto do mar.
Confiemos em nosso poderoso Deus, mesmo em meio a uma terrível tempestade, em nossa vida. Ele está ao leme. Ele conduz a nossa frágil embarcação através das procelas de nossa existência e, confiados em Sua direção, haveremos de chegar às praias alvacentas da eternidade.

Fonte: Sétimo Dia